Campo Grande tem o segundo melhor índice de alunos entre 13 e 15 anos praticando esportes, segundo a Pense (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar), divulgada nesta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística). A capital sul-mato-grossense só perde para Brasília (DF).

O Pense analisou os hábitos dos adolescentes com idade entre 13 e 15 anos no ano passado. Entre as capitais que participaram da pesquisa, Campo Grande se destaca como a segundo maior índice do País em escolares do 9º ano que realizaram 300 minutos ou mais de atividade física acumulada no período de sete dias, 38,8%.

Conforme a pesquisa, Campo Grande só perde no ranking nacional para Brasília, que ficou com 39,9%. No entanto, o percentual ainda é considerado baixo, menos da metade da população dessa faixa etária pratica o recomendado pela OMS. Dos pesquisados apenas 38,5% foram considerados ativos.

De acordo com o conselheiro do CREF11 (Conselho Regional de Educação Física da 11ª Região Mato Grosso do Sul e Mato Grosso), Silvio Lobo, o estudo representa que a Capital terá uma população obesa no futuro.

“Os dados mostram que a maioria não está praticando atividade física. Os jovens estão muito mais ligados aos computadores, celulares, tablets e jogos, do que envolvidos em algum esporte ou exercício físico. Isso vai influenciar no aparecimento de problemas na saúde lá na frente”, explicou o conselheiro.
Segundo a Pense, foram considerados ativos aqueles escolares que acumularam 300 minutos, número recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), ou mais de atividade física por semana.

Insatisfação

Ainda conforme a pesquisa, a maior parte dos jovens está insatisfeita com o peso atual. Em Campo Grande, 29,9% dos entrevistados desejam perder peso. 18% dos adolescentes da Capital morena se achavam “gordo ou muito gordo”, o 9º maior percentual do país.

“Para termos uma população mais saudável precisamos de uma reformulação na atividade física escolar. A grade curricular da Educação Física nas escolas é muito pouca. Às vezes ter aula prática apenas uma vez na semana acaba nem sendo benéfico e sim prejudicial e os maiores afetados com isso são as pessoas com menos condições, que não poderão recorrer às academias e clubes”, comentou Silvio Lobo.