Após intensa batalha da diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS), o juiz Deyvis Ecco da Comarca de Itaquiraí baixou uma portaria interditando parcialmente a cadeia pública anexa à delegacia de polícia da cidade, a fim de limitar a quantidade de presos abrigados no local.
De acordo com a portaria apenas oito presos poderão ser mantidos na unidade atendendo o limite máximo de quatro detentos por cela, além disso, o juiz pediu a transferência de outros seis detentos para o presídio de Naviraí no prazo máximo de cinco dias.
O presidente do sindicato, Alexandre Barbosa da Silva disse que a situação na delegacia é lamentável e que além da condição subumana vivida pelos presos da unidade, a delegacia está com a estrutura física totalmente comprometida.
“A delegacia de Itaquiraí denuncia a situação caótica da maior parte das unidades policiais do Mato Grosso do Sul, principalmente as do interior. Esse cenário compromete a saúde e a integridade física dos presos, dos policiais civis e da população que procura atendimento”.
Segundo o presidente, vários ofícios e representações denunciando a situação das delegacias foram encaminhados aos órgãos competentes, mas as providências custam a ser tomadas. “Temos um dossiê de todas as delegacias do estado que comprovam a precariedade da carceragem. Muitas colocam em risco constante a vida dos presos e dos policiais, e mesmo assim, há uma morosidade para que providências sejam tomadas”, explica.
Apesar da demora em atender as reivindicações, Barbosa considera a interdição da cadeia pública uma grande conquista para a categoria e principalmente para os policiais de Itaquiraí. “Para nós da diretoria que brigamos diariamente pela valorização do policial civil sul-mato-grossense é uma vitória a interdição da carceragem, ainda que parcial”.
De acordo com a diretoria, uma das bandeiras de luta do sindicato é a retirada dos presos de todas as delegacias do estado. “Temos lutado para retirar os presos das delegacias. Em alguns municípios já conseguimos fazer isso, mas a nossa luta continua”, finalizou Barbosa.
