O caso da brasileira Vitória Jesumary Alves, de 37 anos, e a filha Sofia, 3 – que se refugiaram na embaixada do Brasil em Oslo, no último dia 28 de novembro, para não serem separadas pelo governo norueguês – teve nesta terça-feira (17/12) desfecho positivo. Vitória obteve a guarda total da filha e ambas embarcaram de Oslo, às 18h50 (15h50 em Brasília), com destino a Recife. Vitória e Sofia vão viver em Olinda.

Para liberar o retorno delas ao Brasil, o governo norueguês exigiu que Vitória ou alguém da família comprovasse condições financeiras para manter Sofia no país. Além disso, o Centro de Referência de Assistência Social de Varadouro, em Olinda, onde Vitória nasceu e possui família, precisou que averiguar o lugar onde elas iriam viver, para atestar as condições de moradia.

Além disso, o pai de Sofia, Alberto Knoff, um chileno naturalizado norueguês, assinou a documentação necessária transferindo a guarda da criança para a mãe. Ele já havia se manifestado a favor do retorno delas ao Brasil meses atrás.

Segundo a pastora Ana Lúcia Lima, amiga de Vitória, o desfecho já era esperado desde a última sexta-feira (13), mas apenas nesta terça houve a liberação e as passagens delas foram emitidas. “Não consigo acreditar, parece um sonho”, disse Vitória a Ana Lucia, minutos antes de embarcar.

Após pai e mãe se divorciarem e ambos brigarem na Justiça pela guarda da criança, que nasceu em São Paulo, o Barnevernet – serviço de proteção à criança e ao adolescente da Noruega – entrou no caso. O órgão alegava que a mãe não possuía capacidade para criar a criança e que o pai estava doente e, por isso, tentou recolher a criança para colocá-la no programa de adoção. Contudo, os pais – numa atitude combinada – levaram a criança para a embaixada, onde a mãe estava com a filha até então.

Itamaraty

O Itamaraty disse que recebeu “com satisfação o desfecho favorável do caso” e explicou que o conselho tutelar norueguês, o Barnevernet, cancelou a ordem de entrega de Sofia a uma família adotiva e autorizou a saída da criança do país, após a emissão dos documentos solicitados pelas autoridades norueguesas.

O ministério também reiterou que, durante o período em que as brasileiras permaneceram na embaixada, receberam toda a assistência necessária. “A embaixada em Oslo, em coordenação com o advogado da família (o norueguês Sindre Lovgaard), proporcionou mediação entre a brasileira e seu ex-marido, acompanhou todas as audiências judiciais, realizou gestões junto às autoridades norueguesas e providenciou a repatriação de ambas”, afirma a nota.