O Brasil deve terminar 2013 com um déficit de US$ 2 bilhões na balança comercial, o primeiro saldo negativo desde 2000, segundo as projeções divulgadas nesta quarta-feira pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), que revisou e diminuiu as previsões anteriores.

Segundo os cálculos da associação, a exportação brasileira este ano somará cerca de US$ 230,511 bilhões, com uma queda de 5% em relação às do ano passado (US$ 242,580 bilhões).

As importações, por sua vez, devem subir 4,2% em relação às de 2012 e ficar em US$ 232,519 bilhões de dólares, segundo as novas previsões da AEB.

Com esses resultados, a balança comercial brasileira passará de um superávit de US$ 19,4 bilhões em 2012 para um déficit de US$ 2 bilhões em 2013.

Em sua previsão anterior, divulgada em dezembro, a associação projetava para este ano um superávit comercial de US$ 14 bilhões.

Essa previsão ficou defasada, segundo o órgão, devido à baixa das exportações este ano pela “acelerada queda das cotações das matérias-primas em geral e a redução dos embarques de petróleo, óleos combustíveis, milho e algodão”.

O déficit comercial também será produto do aumento das importações da “menor taxa cambial vigente, a regularização dos registros de importação de petróleo e derivados, a expectativa de expansão do consumo interno e a manutenção do elevado custo de produção no Brasil”.

O crescimento da demanda de combustíveis no Brasil e o menor processamento interno de petróleo obrigarão o país a elevar as importações de combustíveis e derivados em 9,2% este ano, até os US$ 38,5 bilhões.

Segundo a AEB, os resultados da balança comercial brasileira ainda são muito dependentes das cotações internacionais de alimentos e minerais, já que 65% das exportações brasileiras é de matérias-primas.

A associação acrescenta que o ferro permanecerá este ano como o principal produto de exportação brasileiro, com vendas por US$ 31 bilhões, frente aos US$ 30 bilhões do ano passado.

A estabilidade do preço médio do ferro nos mercados internacionais e o embarque de volumes maiores permitirão que a participação desse mineral nas exportações brasileiras suba de 12,8% no ano passado para 13,6% neste ano.