Articulação política continua intensa durante o recesso parlamentar

O chamado recesso branco do Congresso Nacional suspendeu as atividades protocolares das da Câmara e do Senado, mas não a atividade política dos parlamentares. Embora tenham seguido para os estados, onde ficarão até 2 de agosto, deputados e senadores continuam as articulações políticas em busca de acordos para as votações e outras atividades que serão […]

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O chamado recesso branco do Congresso Nacional suspendeu as atividades protocolares das da Câmara e do Senado, mas não a atividade política dos parlamentares. Embora tenham seguido para os estados, onde ficarão até 2 de agosto, deputados e senadores continuam as articulações políticas em busca de acordos para as votações e outras atividades que serão retomadas no próximo mês.

A oposição, especialmente, trabalha intensamente durante o período de recesso pelas suas pautas de interesse. O líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO), tem procurado os colegas oposicionistas e os aliados do governo mais independentes na tentativa de juntar votos suficientes para derrubar os vetos da presidenta Dilma Rousseff aos projetos sobre o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Ato Médico.

Segundo Caiado, a distância física não representará obstáculo para a articulação política nas próximas duas semanas. “Estamos sempre em contato por telefone, pelo Whattsapp. A gente se comunica direto com a bancada toda, com os líderes dos partidos. A política não para nunca, ela é contínua”, disse o líder.

Assim como ele, o deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) também está buscando a tecnologia para fazer política durante o recesso parlamentar. Autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Copa, Izalci já conseguiu o número de assinaturas necessário para apresentar o documento à mesa diretora do Congresso. Entretanto, ele vem utilizando as redes sociais para pedir às pessoas que pressionem seus parlamentares a aderirem ao pedido de criação da CPMI e aqueles que já assinaram não retirarem seus apoios.

O objetivo do deputado é aproveitar o momento em que os colegas estão próximos de suas bases eleitorais para aumentar a pressão sobre eles. Com isso, ele espera inverter a tendência de retirada de assinaturas que geralmente acontece quando o governo mobiliza sua base de apoio no Congresso para evitar as CPIs. “Eu protocolizei logo [o requerimento] justamente por isso. E divulguei logo nas redes sociais as listas de quem assinou e quem não assinou. Estou confiante que mais gente vai assinar ainda”, disse Izalci.

Também na Câmara, um grupo de parlamentares do PT está mobilizado durante o período de recesso para mudar o presidente do grupo de trabalho que irá coordenar as propostas de reforma política. O grupo quer que o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) passe o posto para Henrique Fontana (PT-RS) e divulgou uma nota na qual questiona a escolha de Vaccarezza feita pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “Somos inteiramente solidários ao companheiro Henrique Fontana e estaremos ao seu lado na luta por uma reforma política para valer”, diz o texto.

As assinaturas de apoio a Fontana começaram a ser coletadas no dia 18, quando o recesso já tinha começado. Mesmo assim, em dois dias 40 dos 89 deputados do PT já tinham assinado o documento que será também apresentado na reunião do Diretório Nacional do partido, no sábado (20).

Em nota divulgada na sexta-feira (19), Vaccarezza disse que está comprometido com a proposta de plebiscito encampada pela presidenta Dilma Rousseff e convida “aos que tentam transformar o debate em torno da reforma política em arena de disputa política a mobilizar energia para viabilizar a realização do plebiscito, que dizem defender”.

O recesso parlamentar vem sendo chamado de recesso branco porque os parlamentares não poderiam ter suspendido as atividades do Congresso Nacional sem concluir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Entretanto, a lei não foi votada e mesmo assim os deputados e senadores seguiram para os estados e as sessões deliberativas das duas Casas foram suspensas. Algumas comissões podem convocar reuniões durante esse período, mas não há previsão de que tenham quórum para qualquer tipo de votação.

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