Índios dificultam acesso às propriedades rurais e prometem manter resistência a nova tentativa de retira-los da área. Dos quatro feridos, universitário, que é pai de seis filhos, morreu no hospital de Sidrolândia
A morte do universitário Oziel Gabriel, de 32 anos, estremeceu ainda mais as relações nas fazendas Buriti e Cambará, em Sidrolândia, e os índios prometem resistir até a morte a reintegração de posse. Desde a manhã de hoje, equipes da Polícia Federal, da (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) e da Polícia Militar estão na região para cumprir a reintegração de posse determinada pela Justiça Federal.
Os índios ficaram ainda mais revoltados com a morte de Gabriel, que já foi cacique da Aldeia Córrego do Meio, uma das cinco da reserva Buriti, de 2 mil hectares. Os índios lutam pela ampliação da área para 17 mil hectares.
Para dificultar o despejo, os índios destruíram uma ponte que dá acesso à fazenda Buriti, do ex-secretário estadual de Fazenda, Ricardo Bacha. Eles também fizeram uma reunião há pouco e decidiram lutar até a morte para permanecer na área. “Com a morte do índio, não custa nada tirar a vida (dos demais)”, disse um dos líderes do movimento.
Ele contou que as forças de segurança e os índios estão dentro da fazenda Buriti. O clima é tenso, mas a situação já está mais tranqüila após o uso de gás lacrimogêneo e dos disparos, que resultaram na morte de um e no ferimento de outros três índios.
“Estamos revoltados com a morte de um guerreiro”, contou o índio. Gabriel cursava Administração e tinha seis filhos.
A reintegração de posse foi determinada pelo juiz substituto da 1ª Vara Federal de Campo Grande, Ronaldo José da Silva, ontem à tarde.
Na ocasião, os índios já tinham anunciado que não sairiam de jeito nenhuma das duas fazendas. O magistrado ordenou o uso da força policial para cumprir a determinação judicial.
