Alckmin descarta afastar secretários citados em esquema de corrupção

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), descartou, nesta quinta-feira, 21, afastar secretários de seu governo citados na investigação de um esquema de corrupção no setor metroferroviário paulista. Alckmin afirmou que fará uma apuração rigorosa das denúncias de pagamentos de propinas a políticos do PSDB e do DEM, mas disse que é preciso ter […]

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), descartou, nesta quinta-feira, 21, afastar secretários de seu governo citados na investigação de um esquema de corrupção no setor metroferroviário paulista. Alckmin afirmou que fará uma apuração rigorosa das denúncias de pagamentos de propinas a políticos do PSDB e do DEM, mas disse que é preciso ter provas das acusações.

“Não tem sentido fazer o afastamento se não temos nem acesso ainda a documentos”, disse o governador. “O nosso compromisso é com a verdade, doa a quem doer. Não interessa o cargo, não interessa quem é. Agora é preciso ter provas, é preciso ter responsabilidade“, afirmou Alckmin, depois de participar de um evento na sede do governo paulista, na capital.

Segundo reportagem publicada nesta quinta pelo jornal O Estado de S. Paulo, o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido (PSDB), braço direito de Alckmin, teria recebido propina de lobista do setor metroferroviário. Os secretários estaduais José Anibal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico) são citados na investigação, além do líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira. Todos negaram envolvimento com irregularidades.

Em relatório entregue ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer afirmou ter documentos que “provam a existência de um forte esquema de corrupção” durante os governos de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

O ex-diretor disse que o atual secretário da Casa Civil e homem forte do governo Alckmin foi apontado pelo lobista Arthur Teixeira como recebedor de propina das empresas multinacionais acusadas de participar do cartel dos trens em São Paulo entre 1998 e 2008.

De acordo com a reportagem do Estado, as acusações feitas por Rheinheimer foram enviadas, pelo Cade, à Polícia Federal e anexadas ao inquérito que investiga o cartel em São Paulo e no Distrito Federal.

Alckmin disse que nunca teve acesso ao depoimento do ex-diretor da Siemens e afirmou que fez o requerimento judicial hoje ao Cade e à Polícia Federal para receber a documentação.

“Vamos apurar rigorosamente, mas precisamos ter acesso [aos documentos]”, disse o tucano. “Já devíamos ter tido acesso a isso, porque esse depoimento antecede o acordo de leniência e tem quase um ano e meio”, afirmou o governador.

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