A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), construída há quase um ano e meio nas imediações da rua Yamaguti Kankiti, na Vila Carioca, ainda não entrou em funcionamento por falta de médicos. O concurso público para a contratação dos funcionários que vão trabalhar na unidade foi realizado em maio deste ano, entretanto, não conseguiu preencher o número de vagas destinadas aos médicos.

Segundo a secretária municipal de Saúde, Eliane Brilhante, o concurso previa a contratação de oito pediatras, mas apenas três se inscreveram e foram aprovados. Das oito vagas destinadas aos clínicos gerais, sete foram preenchidas. Ela informou que a UPA foi classificada pelo Ministério da Saúde como porte II (definida de acordo com o número de habitantes), por esse motivo não pode entrar em funcionamento sem ter o número exato de médicos. As demais vagas determinadas pelo concurso tiveram um número exato de inscritos, os quais já foram definidos e só estão aguardando a unidade começar a funcionar para eles serem contratados.

De acordo com a secretária, o Ministério da Saúde só repassa o recurso para manter o local funcionando a partir do momento em que o quadro de profissionais estiver completo. “A unidade será mantida com recursos do governo federal. Se abrirmos sem o número de profissionais estabelecido pelo ministério, não receberemos o recurso e o município não teria condições de arcar com as despesas sozinho”, destacou.

EQUIPAMENTOS

Eliane Brilhante ressaltou que a UPA já está toda equipada, e que só não começou a funcionar por falta de médicos. Os equipamentos foram adquiridos através de recursos de compensação ambiental em razão da instalação da Eldorado Brasil no município. “Não é por falta de material e estrutura que a UPA ainda não está funcionando, mas por não haver o número exato de médicos”, salientou.

Para tentar resolver o problema, a secretária disse que entrará em contado com os pediatras de , já que não houve interesse pela maioria em prestar o concurso, para verificar se existe a possibilidade de alguns atenderem na UPA. “Muitos não têm interesse em atender na urgência e emergência, pois eles preferem os postos de saúde. Já na UPA, o paciente poderá ficar internado até 24 horas. É diferente do PA [Pronto Atendimento], onde o paciente fica em observação e logo depois é liberado para ir para casa ou é encaminhado para o hospital”, explicou a secretária.

Caso não consiga convencer os pediatras a atenderem na Unidade de Pronto Atendimento, Eliane Brilhante informou que a secretaria vai encaminhar uma carta ao Ministério da Saúde, explicando a atual situação, e irá solicitar que a UPA possa atender com outra classificação.

Em relação ao furto de computadores que ocorreu no local, a secretária de Saúde disse que a investigação está a cargo da Polícia Civil e algumas pessoas estão sendo chamadas para depor.

ANSEIO

O funcionamento da UPA passou a ser um grande anseio da população, assim como do próprio poder público, já que irá funcionar como um mini-hospital. Isso vai possibilitar a diminuição no fluxo de pacientes que são encaminhados ao Hospital Auxiliadora, sem contar que, também evitará aglomeração de pessoas no Pronto Atendimento (PA).

De acordo com a secretária, mesmo com a inauguração da UPA, o Pronto Atendimento continuará funcionando. Questionada se existem médicos para isso, ela acredita que sim, já que cada unidade atenderá a uma especialidade. “Com o funcionamento da UPA, haverá uma diminuição no número de atendimento no PA. Diminuindo a quantidade de pacientes atendidas lá, poderemos reduzir o número de médicos que atentem hoje no Pronto Atendimento que, atualmente, é de três médicos por plantão. Mas é preciso aguardar o funcionamento da UPA para analisarmos essa situação”, adiantou.