Depois da greve de 103 dias, calendário acadêmico atrasa e só deve regularizar em julho de 2014

Depois da greve dos professores universitários da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que durou 103 dias, o calendário acadêmico dos cursos de graduação do ano letivo de 2012 será estendido até 16 de abril de 2013, no fim do segundo semestre. Apenas em 6 de maio é que efetivamente vai começar o próximo ano letivo.

Pelo calendário que está publicado na página da UFGD (www.ufgd.edu.br) o primeiro semestre acaba no dia 20 deste mês. De 21 a 4 de novembro haverá recesso acadêmico. Já o segundo semestre, que deveria ter começado no final do mês de julho, inicia em 5 de novembro.

Apesar da greve, que deixou os universitários fora das salas de aulas por mais de três meses, haverá um recesso acadêmico de 37 dias neste fim de ano. As férias começam no dia 22 de dezembro e terminam em 27 de janeiro de 2013.

Para o coordenador do Sindicato dos Docentes da UFGD, professor Adauto de Oliveira Souza, uma visão otimista é que até julho de 2014 a universidade conseguiria regularizar o calendário acadêmico. Ele explica que se não houvesse a greve, o ano letivo de 2013 começaria em março, como nos anos anteriores. No entanto, professor Adauto diz que a comunidade acadêmica vai trabalhar firme em 2013 e inicio de 2014 para que, aos poucos, o calendário retome o período normal.

Ele lembra que no passado, esse atraso no calendário acadêmico já aconteceu em função de outras greves. “Nos anos 80, por exemplo, enfrentamos sete greves, houve alteração no calendário acadêmico, mas conseguimos repor as aulas e ainda adequar o calendário em suas datas regulares”, lembra. Ele acrescenta que esse calendário com alterações foi aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura da UFGD, através do Parecer nº. 49/2012 da Câmara de Ensino de Graduação.

GREVE

Os professores da UFGD retornaram às aulas em 17 de setembro, depois da decisão de por fim à greve no dia 12, durante assembleia da categoria. Os professores não conseguiram vantagens significativas nas negociações com o governo federal, mas continuar com a greve já estava insustentável.

Os professores conseguiram obter um aumento nos salários que variam entre 25% a 40% para ser aplicado nos próximos três anos. Segundo a categoria, a reposição não contempla todos os professores de forma satisfatória e não representa um aumento real, apenas reposição das perdas. Além disso eles ainda reivindicavam melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira.