Turno integral é o segredo das escolas ‘campeãs’ no Enem
As três escolas cujos alunos se saíram melhor no Enem em 2010 – últimos dados disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – têm algo em comum: aulas em turno integral. Segundo a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Maria Marcia Malavasi, esse é um dos fatores determinantes para […]
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As três escolas cujos alunos se saíram melhor no Enem em 2010 – últimos dados disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – têm algo em comum: aulas em turno integral. Segundo a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Maria Marcia Malavasi, esse é um dos fatores determinantes para o bom desempenho dos alunos na prova. “O aluno se envolve muito mais, tem uma grade curricular muito mais ampla. Os conhecimentos acabam sendo muito superiores porque não se estuda apenas áreas específicas do conhecimento, se estuda também pintura, leitura, musica, teatro, jogos e outras somadas a essas áreas de conhecimento, como matemática e português”, explica Maria Marcia.
Apesar de deixarem claro que pontuar bem na prova não é o objetivo principal, as escolas campeãs seguem dando subsídios para que seus alunos atinjam os postos mais altos desse pódio. No Colégio de São Bento, no Rio de Janeiro, os estudantes frequentam aulas diárias em turno integral desde muito pequenos. Para Pedro Araujo, coordenador do vestibular e ensino médio da instituição, a pesada carga de conteúdo passada desde o começo da vida escolar é um grande diferencial competitivo para os estudantes. Além disso, os jovens cariocas fazem simulados das provas e das redações do Enem e da prova da UERJ.
As provas são outro ponto em comum entre as instituições. O Vértice, colégio de São Paulo, chega a fazer entre 20 e 25 simulados por ano com os alunos da 3ª série do ensino médio. Apesar disso, o diretor, Adilson Garcia, garante que a missão da instituição é formar cidadãos e que a pressão para o primeiro lugar não faz parte do cotidiano da escola. “Eu não gostaria que as pessoas imaginassem como uma máquina de preparar alunos para o vestibular. É só uma das vertentes”, afirma. Garcia explica a estratégia lembrando que é importante que os alunos tenham contato com as provas para não serem surpreendidos na hora do teste.
O Instituto Dom Barreto, em Teresina, no Piauí, está incorporando o método interdisciplinar usado pelo exame nacional, fazendo testes voltados aos vestibulares e também nesse molde. “Aplicamos provas no modelo Enem, contemplando as quatro áreas do conhecimento: linguagens e códigos; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias”, afirma Maria Estela Rangel, diretora da escola. “O Enem exige que as disciplinas conversem entre si, saindo do simples decorar. Envolve raciocínio, interpretação”, completa.
Apesar de as três escolas serem as campeãs do Enem – e de seus alunos saberem muito bem disso -, os funcionários dizem que não há pressão declarada por parte da escola para manter o índice. Já do lado dos alunos, é mais difícil segurar o sangue nos jovens olhos ao mirar o primeiro lugar no pódio. “Eles se esforçam para valorizar não somente a escola, mas também o estado deles. Os alunos demonstram este compromisso”, diz Maria Estela.
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