O Teatral Grupo de Risco (TGR), apresenta a peça “Flor de Lótus”, uma criação coletiva, com direção de Roma Román e no elenco Fernanda Kunzler, Paulo Matoso e Yago Garcia. O trabalho recebeu o Prêmio Cultura e Saúde – Edição 2010, da Secretaria de Cidadania Cultural, do Ministério da Saúde e que para sua concretização, vai beber na fonte do Teatro Fórum, de Augusto Boal.

Na última semana a peça foi apresentada para grupos de mulheres, Economia Solidária, Movimentos sociais, comunidade cigana de Campo Grande, albergadas do presídio feminino semi-aberto, escolas públicas, e pretende encerrar o ciclo de 10 apresentações nesta quarta-feira (31), às 20h, no espaço do grupo localizado à rua José Antônio Pereira, 2170, Jardim Brasil.

O TGR, grupo em atividade desde 1988 que tem como missão “desenvolver um trabalho de pesquisa de linguagem cênica, de dramaturgia, e na investigação sobre a formação histórica e cultural de Mato Grosso do Sul”, tornando-se referência no Estado pela qualidade de sua produção teatral e execução de projetos culturais e sociais. Neste tempo, produzimos mais de 30 espetáculos, entre adultos, infantis e bonecos, além de documentários e programas de televisão. O grupo já representou o Estado em festivais nacionais e internacionais como Chile, Argentina, Bolivia e Paraguai e produziu mais de quinze projetos sociais para populações da periferia dos grandes centros e do meio rural.

No Brasil, as questões de gênero, têm avançado, com a criação de legislação e de políticas publicas especificas. O acesso aos direitos recentemente conquistados depende da tomada de consciência destes, e dos instrumentos que hoje estão disponíveis para sua garantia. A falta de aprofundamento no conhecimento sobre conquistas como a Lei Maria da Penha, ainda é um desafio a ser enfrentado por toda a sociedade para a efetivação da Política Pública. Com este trabalho, queremos firmar mais uma vez, 24 anos de trabalho de grupo e pautar nossa ação no enfrentamento a violência contra a mulher.

Para Boal, a função da arte é criar consciência, uma consciência do mundo, “não necessariamente verbal ou verbalizável, sistematizável”. Considerando-se as diversas formas de organização das coisas empreendidas pela arte, que não somente usa palavras, mas silêncio, cores, sons, ações humanas, no tempo e no espaço, uma vez que a “comunicação estética é a comunicação sensorial e não apenas racional”, múltipla, não uma, como a própria cultura. Na experiência que vivenciaremos aqui a barreira entre palco e plateia é destruída e o Diálogo implementado, ou seja, a partir de uma encenação baseada em fatos reais, na qual personagens oprimidos e opressores entram em conflito, de forma clara e objetiva, na defesa de seus desejos e interesses. Neste confronto, o oprimido irá fracassar e convidamos a todos e todas, a entrar em cena, substituir a protagonista e contribuir com o Grupo e espetáculo buscando alternativas para o problema encenado.