Solução das prefeituras endividadas passam pela redução dos juros

Para resolver a questão das dívidas das prefeituras, algumas das quais, como São Paulo, com endividamento que chegam ao dobro da receita anual, a presidente Dilma Rousseff, pelo que se sabe, poderá mexer na taxa dos juros cobrados das administrações municipais. Hoje, as prefeituras pagam, em média, 9% mais o IGP pelo dinheiro que pegam […]

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Para resolver a questão das dívidas das prefeituras, algumas das quais, como São Paulo, com endividamento que chegam ao dobro da receita anual, a presidente Dilma Rousseff, pelo que se sabe, poderá mexer na taxa dos juros cobrados das administrações municipais.

Hoje, as prefeituras pagam, em média, 9% mais o IGP pelo dinheiro que pegam em financiamento junto a bancos oficiais. Uma taxa que pode chegar a 14%. Era algo justificável quando a Selic andava pelos dois dígitos, chegando próximo, quando não superando, o dobro dos 9% oficias que as prefeituras pagavam.

Mas, no momento em que o Banco Central adota uma política de redução da Selic e a própria presidente Dilma compra uma briga pessoal com as grandes instituições financeiras, forçando-as a reduzirem as taxas de crédito cobrados nos seus balcões, não faz sentido manter a mesma taxa dos prefeitos e prefeituras.

A presidente já sabe, assim como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que a solução está na redução da taxa de juros cobrada das administrações municipais. A redução a ser proposta pelo governo pode chegar a 50% do que hoje é cobrado, com uma consequente renegociação do total da dívida acumulada.

Os críticos poderão interpretar a medida como um benefício a Fernando Haddad, recém eleito prefeito da cidade mais endividada, ou a determinados grupos. A presidente, porém, está mais preocupada em salvar estes municípios que se encontram com a corda no pescoço. Salvando-os, também impulsiona a economia.

Ela, como já demonstrou, tem plena consciência das escorchantes taxas cobradas pelas instituições financeiras. Neste final de semana mesmo, o ex-presidente do Banco Central, Ibrahim Eris, em análise feita em jornais paulistas, deixou claro que o país não pode estar na contra mão do mundo, que pratica taxas de juros quase negativos.

O Brasil proporcionava lucro líquido de 6% a 7%, sem riscos, às instituições financeiras internacionais. Eris aplaudiu as medidas tomadas pelo governo federal no sentido de reduzir as taxas de juros. Falta agora beneficiar as administrações municipais. Dilma está disposta a mexer neste vespeiro.

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