O grupo reivindica melhorias de infraestrutura e a liberação de recursos no valor de R$ 500 mil. Moradores de outros dois assentamentos devem se juntar à manifestação que pode culminar no fechamento da rodovia.

Entre 50 e 60 assentados ocupam o acostamento do quilômetro 417 da BR-262, em Terenos, desde as 9h desta quarta-feira e ameaçam interditar a estrada. O grupo de manifestantes pertence ao assentamento Sete de Setembro, a cinco quilômetros do local.

Um grupo de negociadores representa os assentados e está reunido no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) acerca das demandas.

Grupos dos assentamentos São Pedro do Sul e Ouro Branco devem se juntar na manifestação.

Policiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão no local e acompanham o protesto. A rodovia pode vir a ser fechada após as 13h, prazo previsto para o final da negociação.

Demandas

As principais solicitações do grupo são melhorias de infraestrutura no abastecimento de água e a liberação de R$ 500 mil que já estariam disponíveis.

Segundo assentados, o bombeamento de água é comprometido pela capacidade da bomba d’água que atende o assentamento onde vivem as 159 famílias. Atualmente, uma bomba de 4cv com capacidade para seis mil litros hora faz o serviço, o que não é o suficiente para abastecer cerca de 500 pessoas que vivem no local.

“Tenho dificuldade para dar banho em meus filhos antes de mandar eles para a escola e às vezes até água para consumo falta” afirma a assentada Ivone Cruz de 33 anos que muitas vezes busca água em um córrego próximo.

Apesar de também haver uma lagoa próxima ao local, o consumo da água não tratada é muito complicado e perigoso, justifica Ramão Antunes, de 58 anos.

Além da água, os moradores do assentamento reivindicam um crédito de 500 mil reais que estaria disponível, mas não foi liberado para o grupo. Segundo os assentados, a burocracia entre o Incra e a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) para a liberação dos recursos.

Segundo a moradora Luciana Brito, de 59 anos, a acidez da terra prejudica o plantio. “Tenta plantar uma mandioca e não consigo por causa da acidez. Tenho uma criação de porcos que estão muito magros por causa disso”, diz ela ao reivindicar recursos e assistência técnica para os lotes do assentamento.

Incra

Funcionários da autarquia iniciaram hoje uma greve contra o sucateamento da instituição e pedem equiparação salarial e reestruturação do plano de carreiras.

A alocação de recursos pelo Incra está paralisada, desde agosto de 2010 quando o Ministério Público e a PF (Polícia Federal) flagraram vendas irregulares de lotes com a participação de servidores.