Quadrilha de Cachoeira tem conexões internacionais, diz delegado

Em depoimento sigiloso à CPI do Cachoeira, o delegado Matheus Rodrigues afirmou nesta quinta-feira (10) que a quadrilha envolvida com várias empresas e com jogos de azar tinha “uma organização complexa” e conexões no exterior, de acordo com parlamentares presentes na reunião – iniciada às 10h e sem previsão de final. Ele foi o responsável […]

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Em depoimento sigiloso à CPI do Cachoeira, o delegado Matheus Rodrigues afirmou nesta quinta-feira (10) que a quadrilha envolvida com várias empresas e com jogos de azar tinha “uma organização complexa” e conexões no exterior, de acordo com parlamentares presentes na reunião – iniciada às 10h e sem previsão de final. Ele foi o responsável na Polícia Federal pela operação Monte Carlo, que levou à prisão do bicheiro e empresário.
Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito, o delegado relatou que Cachoeira tinha uma empresa no exterior chamada Souza Ramos, com sede no paraíso fiscal de Curaçao. “Não era uma simples estrutura de jogo, havia uma organização complexa, incluindo esses ramos no exterior”, disse. O petista disse ainda que houve temor de vazamento desde o início da operação, o que foi sanado com uma estrutura limitada de acesso às informações.
Entre os principais afetados pela Operação Monte Carlo, disseram Teixeira e outros deputados, estão os mesmos apanhados na operação Vegas, concluída em 2009: o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), os deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO).
Mais cedo, Rodrigues e dois procuradores da República que serão ouvidos mais tarde vasculharam documentos na área técnica da CPI. O objetivo é garantir que todo o material acumulado pela PF tenha sido entregue aos parlamentares. Até agora não há informações sobre se isso foi conseguido ou não.
Na terça-feira (8), o delegado Alexandre Souza, responsável pela operação Vegas, afirmou que Demóstenes era mais que “um simples empregado”. Em mais de mil horas de conversas do contraventor que foram gravadas, entre 2007 e 2009, o senador aparece diversas vezes – inclusive pedindo que Cachoeira bancasse despesas suas com um avião.
O depoimento de Souza ainda teria deixado implícito que Cachoeira atuou como sócio oculto da construtora Delta, que tem contratos com diversos Estados e também com o governo federal e que está sendo investigada pela PF. O senador Randolph Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que o delegado também viu indícios de operações no Uruguai e nos Estados Unidos.

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