As 77 famílias que há mais de 10 anos ocupavam, em regime de comodato, uma área de 25 hectares na região das Moreninhas, estão em contagem regressiva para trocar os barracos por casas de alvenaria de 36 metros quadrados, com acabamento. A previsão é que em outubro sejam entregues as primeiras casas do Conjunto Habitacional José Maksoud em construção na Moreninha IV.

O residencial terá toda infraestrutura, redes de água, energia elétrica e pavimentação. O sistema de drenagem será reforçado com um “piscinão”. Com capacidade para armazenar 28 milhões de litros de águas pluviais. “Estou contando os dias no calendário pra entrar na casa nova”, informa o carroceiro Egidio Bernardes de Souza que há sete anos ocupava um hectare onde mantinha horta e criava alguns animais.

“As casas estão ficando bem arrumadinhas”, comenta. Além de morar numa casa mais confortável, em ruas asfaltadas, os moradores destacam ainda o fato de que passarão a ter ligações de água e energia elétrica regularizadas.

“Já perdi a conta de quantas vezes minha geladeira queimou. A luz oscila muito por causa da gambiarra”, comenta Valdemar Lescano. Ele mora há oito anos na área, enquanto o pai dele, mantinha uma horta, desde 1995. “O barraco nunca terá o conforto de uma casa de material”, admite.

Quem também está ansioso pela entrega das casas é o aposentado Antonio Adriano da Silva. “Nada melhor do que você morar no que é seu. Estou aqui há mais de 10 anos, morando em barracos construídos com resto de material. Ter uma casa bem arrumadinha sempre foi um sonho que, pelo visto, minha familiar vai alcançar”.

O Conjunto Habitacional José Macksoud terá 482 casas. Com recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida e contrapartida da prefeitura, estão sendo investidos R$ 27,8 milhões, incluindo a infraestrutura. É uma obra do PAC-2 (Programa de Aceleração do Crescimento). As casas são destinadas ao reassentamento de famílias que moram em áreas como o comodato das Moreninhas, sob a linha da alta tensão e na área de influência do Córrego Bálsamo.

Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de Campo Grande reassentou 2.852 famílias que moravam em áreas de risco (zonas ribeirinhas aos córregos Cabaça, Lagoa, Imbirussu/Serradinho e Bandeiras), nas favelas Cidade de Deus e Nossa Senhora Aparecida, além do Taquaral.

Outras 313 casas estão projetadas para o reassentamento de dois núcleos de favelas, um perto do conjunto Estrela do Sul (o Portelinha) e outro na região do Taquaral.