O resultado de uma extensa reunião organizada pela Associação Comercial e Empresarial de Ponta Porã (ACEPP) começa a tomar forma, no sentido de tirar das ruas e recuperar dependentes químicos e suas famílias.

O evento, realizado na sede da ACEPP, reuniu além da diretoria da entidade, todos os órgãos de segurança pública da cidade, assim como a Saúde, a Educação, a Assistência Social, e diversas entidades ligadas à ação social e ao combate ao uso de drogas e de álcool.

Durante o encontro um sem número de sugestões e comentários foram colocados, chegando-se ao ponto de que há sim uma forma de solucionar o problema, unindo-se a iniciativa privada ao poder público.

Diante disto, a secretária de Assistência Social de Ponta Porã, Doralice Nunes Alcântara, repassou à ACEPP um projeto denominado “Acordes para Todos”, que visa justamente a construção e funcionamento de um Centro de Reabilitação para Drogados, com amplas funções nas áreas de esporte, música, artes plásticas e com extensão para a reinclusão da família, notadamente desagregada em situações como a de ter que conviver com um membro dependente químico.

O projeto está pronto, mas não pode ser conduzido pelo poder público, já que não há dispositivos legais que permitam. Por isto, a ACEPP vai encampar o modelo, que sofrerá ligeiras alterações para se adaptar à realidade da fronteira hoje e buscará recursos junto aos órgãos que serão mencionados no bojo dom documento, a fim de tornar este projeto uma realidade.

O presidente da ACEPP, Eduardo Gaúna, já está mantendo contatos no sentido de obter os moldes de requerimento para conseguir recursos que permitam a imediata construção do edifício, que abrigará uma série de atividades, desde a terapêutica, até a prática de esportes e artes as mais diversas.

O projeto deve nascer desta parceria público-privada, incluindo os poderes Executivo , Legislativo e Judiciário , a sociedade civil, o IQUAVI (Instituto de Qualidade de Vida) e a Central de Voluntários. Inicialmente já existe uma parceria firmada com os juízes federais Dr.Odilon de Oliveira e Dra. Lisa Taubemblatt.

É a seguinte a íntegra do projeto original:

OBJETIVOS: oferecer uma alternativa á situação de rua através de ações socioeducativas atrativas as crianças e adolescentes dependentes químicos; sensibilizar para o tratamento da dependência química e providenciar os encaminhamentos; oferecer apoio psicossocial às famílias.

METODOLOGIA: utilizar a música, a dança, o judô e a capoeira como base para ações sócioeducativas que sejam atraentes as crianças e adolescentes, e também outras atividades esportivas , culturais e de lazer, num espaço agradável que possa acolher as crianças e adolescentes em situação de rua vitimados pela dependência química, como apoio às famílias encaminhadas pela Rede de Atendimento á Criança e ao Adolescente conforme preconiza o ECA.

FLUXOGRAMA: busca ativa e/ou encaminhamento da rede; aproximação especializada pelos educadores sociais do CREAS; acolhida qualificada do dependente químico e da sua família; aproximação da família e sensibilização para o acompanhamento familiar; ações socioeducativas através da música, teatro, dança , judô e capoeira; sensibilização para tratamento; encaminhamento do dependente químico para comunidades terapêuticas e da família para grupo de apoio – amor exigente; acompanhamento do tratamento e da família; inserção pós-tratamento na rede socioassistencial; encaminhamento para grupo de apoio-amor exigente.

EQUIPE DE REFERÊNCIA: Coordenador; Enfermeiro; Psicólogo; Assistente Social; Terapeuta ocupacional; Educadores Sociais; Oficineiros.

FINANCIAMENTO: SENAD (Secretaria Nacional Anti Drogas); FNAS ( Fundo Nacional de Assistência Social) ; FIS ( Fundo de Investimento Social) ; FUNDEB ( Fundo Nacional de Desen. Da Educ. Básica) ; FNS Fundo Nacional de Saúde; Recursos Municipais; Recursos Privados; Voluntariado.