Países em desenvolvimento à frente do combate à pobreza, diz Ipea
Estamos vivendo, hoje, um paradoxo: o combate à pobreza está sendo feito pelos países em desenvolvimento, em particular o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecido pela sigla Brics, e não pelos países chamados desenvolvidos. A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Marcio […]
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Estamos vivendo, hoje, um paradoxo: o combate à pobreza está sendo feito pelos países em desenvolvimento, em particular o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecido pela sigla Brics, e não pelos países chamados desenvolvidos. A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, ao participar, nesta capital, do seminário Desenvolvimento Sustentável e a Agenda Social do Brics, evento preparatório para a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá no Rio de Janeiro em junho.
Pochmann considera que os países em desenvolvimento vivem “realidades distintas” das que levaram à redução da pobreza nos países desenvolvidos. Na avaliação do economista, o crescimento da economia não é suficiente para que haja redução da pobreza.
“Pobreza não é, necessariamente, uma questão de natureza econômica, mas política. Há pobreza porque, antes de tudo, há má distribuição da riqueza. Neste ponto, os países ricos vivem um momento de regressão no que diz respeito ao enfrentamento da pobreza”, acredita.
Ele lembrou que as experiências positivas de redução da pobreza eram vistas nos chamados países desenvolvidos, “que conseguiam combinar expansão econômica com bem estar social”.
O presidente do Ipea afirma que o fenômeno da inversão de tendência, no que diz respeito ao combate à pobreza, não está ocorrendo apenas nos últimos anos, apesar de a crise econômico-financeira dos últimos anos ter contribuído bastante para o agravamento do problema.
Entre os países que integram o Brics, Pochmann destaca a China cujo sucesso “estrondoso” decorreu do fato de que o país conseguiu – por meio de políticas adequadas de valorização da produção agrícola – reduzir a pobreza nos meios rurais -, o que agregou, segundo ele, milhões de pessoas ao mercado consumidor.
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