Passageiros que embarcam e desembarcam no Aeroporto Internacional de Campo Grande enfrentaram filas nesta quinta-feira (19), por causa da operação Trovão da Polícia Federal, que verificou documentos e raio-x nas bagagens.

Na operação trovão, entre outras ações, os policiais estão checando documentos e passando as bagagens pelo equipamento de raio-x, situação não habitual no aeroporto de Campo Grande.

Deliberada pela Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), a operação conta com a participação de 27 sindicatos e entre eles o de Mato Grosso do Sul.

Jorge Luiz Caldas Ribeiro, presidente do sindicato dos policiais federais de Mato Grosso do Sul, a “trovão” é um alerta para a sociedade brasileira, com relação a melhores condições de trabalho aos policiais e segurança aos passageiros que embarcam e desembarcam nos aeroportos do país. “Eventos importantes estão para acontecer no país como Rio+20, copa do mundo e jogos olímpicos de 2016 e a polícia federal está falida e sem a devida atenção do governo federal”.

Sucateamento

De acordo com Ribeiro, Ponta Porã e Corumbá tem policial trabalhando sem a menor estrutura de repressão ao crime organizado. “Semana passada foram apreendidos três caminhões container pela polícia federal e não tinha onde colocar. Tivemos que deixar em frente da delegacia. Um dia depois populares atearam fogo. Este é um bem que deveria estar sendo leiloado e revertido em verbas para serem aplicadas nas delegacias”, exemplificou.

Aeroportos

Segundo o presidente do sindicato, esta abordagem dos passageiros deveria ser rotineira nos aeroportos. Para ele, todos que embarcam e desembarcam deveriam passar por uma checagem documental e existe em Campo Grande o serviço disponível, mas não há efetivo disponível.

Ribeiro ressaltou que no aeroporto da capital existe a delegacia e que a mesma, a 60 dias atrás estava com apenas um policial federal trabalhando para atender toda a demanda de passageiro. Mas, por ordem do superintendente este número dobrou. “Esse número é ínfimo quando deveria ter pelo menos 10 policiais trabalhando no local”.

Na avaliação de Ribeiro, os passageiros acabam vulneráveis no aeroporto, pois entre eles pode estar alguém de má índole.

Terceirizados

Outra questão relevante enfocada pelo sindicato é que na polícia federal de Corumbá existe um posto chamado “esdra”, que ao invés de ter policiais federais trabalhando forma contratados funcionários terceirizados.

Em Mato Grosso do Sul 550 policiais federais atuam na superintendência em Campo Grande e nas cinco delegacias do interior, sendo Corumbá, Ponta Porã, Dourados, Naviraí e Três Lagoas), com média de 40 servidores, entre delegados, escrivães e agentes. Para o sindicato, deveria ter pelo menos 100, em cada delegacia, para uma estrutura boa.

De acordo com Ribeiro tem um concurso em aberto para contratação de 500 agentes e 100 papiloscopista para atuar nas 16,8 mil km de fronteira que temos no país. “Pode parecer um grande contingente, mas também é o grande o número de policiais se aposentando e trocando de unidades, tendo uma perda significativa”.