Mulheres brasileiras ainda ganham 72,3% menos que homens, diz IBGE

O levantamento demonstrou ainda que a jornada de trabalho das mulheres é inferior à dos homens. No ano passado, as mulheres trabalharam, em média, 39,2 horas semanais, contra 43,4 horas dos homens

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O levantamento demonstrou ainda que a jornada de trabalho das mulheres é inferior à dos homens. No ano passado, as mulheres trabalharam, em média, 39,2 horas semanais, contra 43,4 horas dos homens

As mulheres brasileiras continuam ganhando menos que os homens, e essa diferença salarial não diminuiu no Brasil nos últimos três anos. É o que aponta a pesquisa Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas, divulgada nesta quinta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

De acordo com o levantamento, as mulheres receberam, em média, 72,3% do salário dos homens no ano passado. Essa proporção, de acordo com o IBGE, se mantém inalterada desde 2009.

O levantamento demonstrou ainda que a jornada de trabalho das mulheres é inferior à dos homens. No ano passado, as mulheres trabalharam, em média, 39,2 horas semanais, contra 43,4 horas dos homens, uma diferença de 4,2 horas. Mas, de acordo com o estudo, 4,8% das mulheres ocupadas em 2011 gostariam de aumentar a carga horária semanal.

O estudo também identificou maioria feminina na administração pública (22,6% contra 10,5% de homens) em 2011. Já nos serviços domésticos, a população feminina ocupada está diminuindo. Passou de 7,6% em 2003 para 6,9% em 2011. No entanto, a mão de obra das mulheres ainda é predominante neste setor (94,8%), percentual idêntico ao registrado em 2003.

As atividades que mais absorveram mão de obra feminina em relação a 2003 foram o comércio, em que a participação das mulheres cresceu de 38,2% para 42,6%, e os serviços prestados às empresas, com aumento de 37,3% para 42,0%. Nos serviços domésticos, ainda predomina a mão de obra feminina (94,8%), com porcentual idêntico ao registrado em 2003.

O estudo apontou também um aumento da participação feminina no mercado formal, em comparação com 2003, quando a proporção de homens com carteira assinada no setor privado era de 62,3%, enquanto a das mulheres era de 37,7%, uma diferença de 24,7 pontos porcentuais.

No ano passado, o mercado formal comportou 59,6% de homens e de 40,4% de mulheres, uma redução de 19,1 pontos porcentuais em comparação com 2003.

O estudo apontou, no entanto, que o maior crescimento da participação feminina foi observado no emprego sem carteira assinada no setor privado. Em 2003, as mulheres participavam com 36,5%. Em 2011 essa participação subiu para 40,5%.

No ano passado, as mulheres somaram 53,7% da população brasileira com 10 anos ou mais (idade ativa). Elas ainda ficaram em menor número do que os homens na população ocupada (45,4%). Em relação a 2003, houve crescimento de 2,4 pontos percentuais na população ocupada feminina.

O estudo apontou também avanço em relação a questão racial. Entre as mulheres pretas e pardas, a taxa de desocupação caiu de 18,2% em 2003 para 9,1% em 2011. Entre as brancas, o indicador teve redução de 13,1% em 2003 para 6,1% no ano passado.

 

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