O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou neste sábado, em Barretos, interior de São Paulo, que a nota 5,4 do País no Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (Idsus), divulgado na última quinta-feira, representa o tamanho do desafio que se precisa enfrentar.

“Eu diria que (a nota) representa o tamanho do desafio que temos para levar a saúde com acesso e qualidade para toda população. É uma nota razoável”, disse. O SUS passará a receber nota pelo acesso e pela qualidade dos serviços. Lançado na última quarta-feira, o Idsus vai avaliar o atendimento em todos os municípios, Estados e em âmbito nacional, de acordo com uma escala de 0 a 10. Na primeira avaliação, a pontuação do Brasil foi de 5,47.

Entre as principais cidades do País, o Rio teve a pior nota, 4,33. Já entre os Estados, o Rio teve a terceira pior avaliação: 4,58. Outras cidades fluminenses também aparecem entre as de pior desempenho: São Gonçalo (4,18), Niterói (4,24), Nova Iguaçu (4,41) e Duque de Caxias (4,57).

Criado pelo Ministério da Saúde, o índice é o resultado do cruzamento de 24 indicadores que avaliam se a população está conseguindo ser atendida em uma unidade pública de saúde, além da qualidade do serviço.

Toda a estrutura – hospitais, laboratórios e clínicas – passou pela avaliação. Foram analisados 24 indicadores, como a quantidade de exame preventivo de câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos, cura de casos de tuberculose e hanseníase, o número de mortes de crianças em unidade de terapia intensiva (UTI) e o de transplantes de órgãos.

Os técnicos levaram em conta o tamanho da população – inclusive com plano de saúde -, a estrutura disponível e a condição econômica de cada município. As cidades foram divididas em seis grupos conforme semelhanças econômicas e de atendimento aos habitantes.

A avaliação constatou que o brasileiro ainda enfrenta muita dificuldade para conseguir uma consulta ou um exame na rede pública, o que prejudicou a média nacional, segundo técnicos do ministério. “Na atenção básica, o acesso é mais fácil. Já na atenção especializada (cirurgias, por exemplo), o acesso está mais difícil e, por isso, jogou a nota mais para baixo”, explicou Afonso dos Reis, coordenador-geral de Monitoramento e Avaliação do SUS no ministério.

No quesito qualidade, o problema é o atendimento hospitalar que está inferior ao dos postos de saúde, disse Reis. Na metodologia, 60 cidades com a melhor infraestrutura e indicadores internacionais foram usadas como parâmetro para saber se o município terá bons resultados. Isso inclui aquelas onde 70% dos partos são normais. Assim, se na cidade metade do partos é cesárea, ela não será bem avaliada nesse ponto.

Os dados usados foram dos anos de 2007 a 2010, fornecidos pelas secretarias municipais. As informações de 2011 não foram computadas por estarem incompletas. O Idsus será calculado a cada três anos, mas o ministério pretende fornecer uma avaliação anual às prefeituras e Estados, com o objetivo de estimular os gestores locais a cumprir metas acertadas com o governo federal.