O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) foi considerado culpado pela Corte Real de Jersey por depósitos considerados ilegais enquanto era prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996. O tribunal acatou o pedido do governo brasileiro e da Prefeitura de São Paulo, que devem ter reembolsados os cerca de R$ 45 mi após comprovado o desvio de verbas.

O dinheiro já havia sido congelado em contas ligadas ao político e empresas da família Maluf na ilha. A Justiça da ilha alegou que ficou provado que a cidade sofreu danos ao patrimônio com o desvio de verbas de obras por parte de empreiteiras, que repassaram o dinheiro às contas no exterior.

Em julho deste ano, a Justiça de Jersey negou recursos da família Maluf. Dias após, a offshore Durant, ligada ao grupo, admitiu que contas da empresa em Jersey receberam dinheiro do ex-prefeito e deputado. Na época, o advogado Stephan Baker, que representa a prefeitura no julgamento, afirmou que houve corrupção.

“Esse dinheiro não foi pagamento de contratos da Enterpa, mas de corrupção […] Notas fiscais foram dadas pela Mendes Junior por serviços e eram falsamente inflacionadas. Eram pagamentos que faziam parte de uma fraude”, disse.

Os advogados da Durant, porém, sustentam que o dinheiro nas contas do paraíso fiscal era originado de “negócios legítimos”. Um dos pagamentos que foram parar numa conta em Jersey, segundo os advogados, referia-se a uma comissão recebida pelo ex-prefeito após ele intermediar a venda de empresas.

A reportagem tentou entrar em contato com o deputado, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.

Interpol

O deputado Brasileiro e seu filho, Flávio Maluf, são procurados pela Interpol a pedido do governo dos EUA. Parte do dinheiro chegou a Jersey por meio de contas nos EUA. O governo do país norte-americano busca Paulo Maluf pelo crime de fraude.