O Itaú Unibanco encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 3,426 bilhões, queda de cerca de 3% ante igual período do ano passado, impactado pela manutenção do cenário de aumento da inadimplência, que atingiu o maior nível em cerca de dois anos, e de atividade econômica contida no País no início do ano.

Conforme dados apresentados nesta terça-feira, o lucro líquido recorrente do maior banco privado do País somou R$ 3,544 bilhões no período, 2,6% menor na comparação anual, ficando praticamente em linha com a média de previsões obtidas pela Reuters com analistas, de R$ 3,6 bilhões.

No demonstrativo, o Itaú citou o “continuado cenário de aumento da inadimplência na economia brasileira que impacta a qualidade do crédito”. Entre janeiro e março, a carteira de crédito da instituição, incluindo avais e fianças, somou R$ 400,52 bilhões, 16% acima dos R$ 344,86 bilhões registrados um ano antes.

O índice de inadimplência, enquanto isso, ficou em 5,1% no primeiro trimestre para dívidas com vencimento superior a 90 dias, aumento em relação aos 4,2% vistos nos primeiros meses de 2011 e aos 4,9% do quarto trimestre de 2011. Os ativos totais do Itaú Unibanco somaram R$ 896,8 bilhões entre janeiro e março, alta anual de 15%, enquanto o retorno sobre patrimônio líquido médio anualizado caiu de 22,7% para 19,3% em 12 meses.

O resultado dos dois maiores bancos privados do País surge em meio a uma ofensiva do governo de usar os públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para forçar queda no spread bancário com corte de juros, estratégia que foi seguida pelas instituições privadas.

Entre janeiro e março, a carteira de crédito do Itaú Unibanco, incluindo avais e fianças, somou R$ 400,52 bilhões, 16% acima dos R$ 344,86 bilhões registrados um ano antes e dentro da expectativa da instituição de aumento de 14% a 17% em 2012.

A expansão foi dividida entre um crescimento de 14,7% na carteira para pessoa física, onde o crédito pessoal avançou 39,2% e o imobiliário subiu 57,3% sobre o primeiro trimestre de 2011, e alta de 14,8% nos financiamentos a pessoas jurídicas.

Destaque na carteira, o crédito para aquisição de veículos recuou 1,3% na comparação anual, para R$ 59 bilhões, refletindo relatos da indústria automotiva de que os bancos contiveram empréstimos ao consumo no setor no início do ano diante do aumento da inadimplência.

O Itaú Unibanco apurou despesas não decorrentes de juros de R$ 8,15 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 6% sobre um ano antes, mas o índice destas despesas sobre ativos médios foi de 3,7%, ante 4% na comparação anual. Os ativos totais do Itaú Unibanco somaram R$ 896,8 bilhões entre janeiro e março, alta de 15% em 12 meses.