Judeus alemães sentem ‘vergonha’ de ortodoxos que usam estrela amarela
O presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha declarou sentir “vergonha” dos judeus ultraortodoxos que se manifestaram em 31 de dezembro em Jerusalém com a estrela amarela – a qual os judeus foram obrigados a usar durante o regime nazista -, segundo uma entrevista publicada nesta terça-feira. “Essas imagens me consternaram. E inclusive tenho […]
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O presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha declarou sentir “vergonha” dos judeus ultraortodoxos que se manifestaram em 31 de dezembro em Jerusalém com a estrela amarela – a qual os judeus foram obrigados a usar durante o regime nazista -, segundo uma entrevista publicada nesta terça-feira.
“Essas imagens me consternaram. E inclusive tenho vergonha de que judeus façam algo assim e façam caricatura do Holocausto” judeu durante a Segunda Guerra Mundial, declarou Dieter Graumann, segundo as declarações citadas pelo jornal Kolner Sradt-Anzeiger.
É uma negação da História, e “de muito mau gosto”, completou.
“Nós, os judeus da Alemanha, dizemos constantemente que não temos o direito de abusar da lembrança do Holocausto. Se os judeus fazem isso, é lamentável”, continuou.
Várias centenas de judeus ultraortodoxos, alguns dos quais usando a estrela amarela, protestaram no sábado à noite no bairro de Mea Shearim, em Jerusalém, contra os meios de comunicação que, segundo eles, lhes são hostis, em um clima de tensão entre laicos e religiosos.
Esses judeus extremistas lançaram uma campanha contra a presença das mulheres nos espaços públicos. As emissoras israelenses divulgaram recentemente imagens da cidade de Beit Shemesh que mostravam um ultraortodoxo apedrejando uma mulher e outros insultando uma menina de 8 anos.
Para o presidente da principal instância representativa dos judeus alemães, trata-se “de uma parte ínfima da sociedade israelense, que é fanática e produz esse tipo de imagens”.
Graumann disse ter certeza de que o país não está ameaçado por essa parcela de radicais.
“Há efetivamente uma importante tensão entre israelenses laicos e religiosos. Mas a diversidade da sociedade israelense faz pensar que esse tipo de tensões serão resolvidas de forma democrática: com votos e as decisões da maioria. Agora não será diferente”, disse.
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