Jornalista denuncia “ataque” após eleição em Aquidauana

Desde 1990 atuando como jornalista investigativo na fronteira Brasil-Bolívia, o radialista Armando de Amorim Anache tem denunciado a corrupção na política e o tráfico de drogas. Devido às denúncias, que tiveram destaque nacional e internacional, Armando sofreu agressões e ameaça de morte. A última ocorreu nestas eleições municipais. Morador do município de Aquidauana, Armando ex…

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Desde 1990 atuando como jornalista investigativo na fronteira Brasil-Bolívia, o radialista Armando de Amorim Anache tem denunciado a corrupção na política e o tráfico de drogas. Devido às denúncias, que tiveram destaque nacional e internacional, Armando sofreu agressões e ameaça de morte. A última ocorreu nestas eleições municipais.

Morador do município de Aquidauana, Armando exerce a profissão de radialista. Nestas eleições, no dia 7 de outubro quando saiu o resultado da votação, a casa de Armando, assim como sua família foram “atacados”.

“Depois do resultado da eleição, um carro parou em frente à minha casa e as pessoas que estavam nele soltaram rojões e bombas contra a varanda da casa e da rádio”, destacou. Anache é dono da rádio Independente e do Portal de Notícias na Internet, Pantanal News.

Segundo ele, as pessoas que estavam no carro modelo Gol, quatro portas, placas HTQ-9597, de cor prata, eram ligadas ao prefeito reeleito Fauzi Suleiman (PMDB). “Estavam a minha vizinha de muro, que é funcionária do gabinete do prefeito, Tania M. Ferrari e a mãe do prefeito, Zaquia Suleiman”, informou.

Armando disse que havia mais duas pessoas acompanhando as mulheres e que estes também soltavam bombas e rojões contra a casa dele e o Trio Elétrico Jacaré Independente do Pantanal que também é da sua propriedade. Após, “de forma infrutífera”, tentar conter os ataques, o radialista chamou a polícia.

“Liguei para o 190 e para minha surpresa os policiais informaram que nada poderiam fazer. Eles disseram que não viram e não ouviram nada e, por isto, não poderiam agir”, lembrou. “Ponderei que, em um assalto a banco, a Polícia Militar também não vê, mas nem por isso deixam de fazer a busca, a perseguição dos mesmos, que estão em estado de flagrante”, analisou.

Sobre o ataque, Armando acredita que seja em decorrência das denúncias que sempre fez como jornalista. “Exerço as profissões de jornalista e radialista, de forma independente. Não sou relações-públicas de quaisquer autoridades constituídas. Informo os fatos que acontecem. Não sou eu quem produz esses mesmos fatos”, ressaltou.

Anache apontou em seus meios de comunicação, processos e supostas irregularidades administrativas contra o prefeito reeleito. “Fauzi Suleiman foi denunciado dezenas de vezes pelo Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul e tem dezenas de processos tramitando contra ele na Justiça. Eu só fiz apontar o que documentos oficiais atestam”.

Por causa do acontecimento, Anache procurou o Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul, para relatar todo o ocorrido e solicitar providências legais. “Que fatos como este não se repitam nesta Comarca e que essas pessoas, ligadas ao prefeito Fauzi, fiquem sabendo que as Leis existem e devem ser respeitadas”, avisou.

“Sou apenas um jornalista e radialista. Desejo somente as garantias do Estado Democrático de Direito, para poder exercer o meu ofício em paz”, pediu Anache. Ele também solicitou apoio de todos os jornalistas, inclusive da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

Em nota, Anache citou um trecho de Rui Barbosa: “A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que ameaça.”

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