IPCA sobe em agosto por alimentos e eleva alta em 12 meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,41 por cento em agosto, impulsionado pelos preços dos alimentos, e afastou a inflação anual ainda mais do centro da meta do governo, reforçando a expectativa de que o ciclo de redução da taxa de juros está chegando ao fim. A variação do IPCA foi […]

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,41 por cento em agosto, impulsionado pelos preços dos alimentos, e afastou a inflação anual ainda mais do centro da meta do governo, reforçando a expectativa de que o ciclo de redução da taxa de juros está chegando ao fim.

A variação do IPCA foi a mais alta para o mês de agosto desde 2007, quando chegou a 0,47 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Mas ficou abaixo da inflação registrada em julho, de 0,43 por cento, e dentro das estimativas do mercado.

No acumulado de 12 meses até agosto, o IPCA acelerou para 5,24 por cento, ante 5,20 por cento até julho.

Essa é a maior alta nesta comparação desde março deste ano, quando o índice também atingiu 5,24 por cento, e mostra a inflação se afastando do centro da meta de 4,5 por cento perseguida pelo Banco Central.

“Não foi um resultado pequeno e os problemas dos alimentos continuam existindo”, afirmou a economia do IBGE Eulina Nunes dos Santos. “Com as taxas de julho e agosto deste ano acima das do anos passado, o IPCA em 12 meses mudou de direção.”

O cenário de inflação longe do centro da meta reforça a expectativa de que o Banco Central está se aproximando do fim do ciclo de redução da taxa juros, atualmente em 7,5 por cento.

“A inflação deve terminar o ano significativamente acima do centro da meta. Talvez por isso que o BC já indicou que o ciclo de queda de juros provavelmente tenha terminado, uma vez que o cenário de inflação está se deteriorando”, disse o estrategista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno.

Após promover o nono corte seguido dos juros, o Comitê de Política Monetária deixou claro, na reunião de agosto, que, se houver espaço para um novo corte, ele será feito com “máxima parcimônia”.

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