Inflação oficial de setembro sobe e fica em 0,57%

O acumulado do ano ficou em 3,77%, bem abaixo dos 4,97% no mesmo período de 2011

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O acumulado do ano ficou em 3,77%, bem abaixo dos 4,97% no mesmo período de 2011

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, apresentou variação de 0,57% em setembro e ficou 0,16 ponto percentual acima da taxa de 0,41% registrada em agosto. Com o resultado de setembro, o acumulado no ano ficou em 3,77%, bem abaixo dos 4,97% relativos ao mesmo período de 2011. Considerando os últimos 12 meses, o índice situou-se em 5,28%, um pouco acima dos 5,24% referentes aos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2011, a taxa havia ficado em 0,53%.

Os alimentos se mantiveram na liderança dos resultados de grupos, apresentando alta de 1,26%. Além de se constituir no mais elevado resultado, o grupo alimentação e bebidas ficou 0,38 ponto percentual acima da taxa de 0,88% do mês anterior. Com impacto de 0,30 ponto percentual, foi responsável por 53% do IPCA de setembro, mais do que a metade.

Nas regiões metropolitanas de Recife e Fortaleza a alta chegou a 2,01% e 2,04%, respectivamente. A menor elevação nos preços dos alimentos foi registrada em Curitiba, ao contrário do mês anterior, quando se destacou pelo maior resultado (1,30%); mesmo assim a alta chegou a 0,90%.

Embora o tomate, na dianteira dos principais impactos individuais nos índices dos últimos meses, tenha revertido a fase de crescimento de preços e apresentado queda de 12,88%, exercendo o principal impacto para baixo em setembro (-0,05 ponto percentual), outros alimentos tiveram forte influência no índice. O principal foi o item carnes, cujos preços subiram 2,27%, gerando impacto de 0,06 ponto percentual no IPCA, individualmente, o maior. Foram registrados aumentos substanciais em produtos básicos na alimentação das famílias, a exemplo do arroz, cujos preços subiram 8,21%, em média, chegando a 12,63% na região metropolitana de Belém. Há destaque para o pão francês, 3,17% mais caro, e para o frango, que subiu 4,66%.

Entre os demais grupos de produtos e serviços que subiram mais em setembro do que em agosto destaca-se Habitação, que, com variação de 0,71%, mostrou crescimento de 0,49 ponto percentual em relação à taxa de 0,22% do mês anterior. As despesas com Habitação se elevaram em razão, principalmente, de aumentos registrados nas tarifas de energia elétrica (de –0,83% em agosto para 0,83% em setembro), aluguel residencial (de 0,43% para 0,61%), condomínio (de 1,06% para 1,19%), taxa de água e esgoto (de 1,04% para 0,92%) e gás de botijão (de –0,48% para 1,27%). No item energia elétrica, a alta se deve ao reajuste de 12,17% ocorrido em Goiânia (6,68%) a partir de 12 de setembro, ao reajuste de 6,83% de Belém (1,72%) em vigor desde 7 de agosto, além de aumentos nos impostos de outras regiões. Nas contas de água e esgoto, a influência foi exercida pelo reajuste de 13,85% nas tarifas do Rio de Janeiro (1,59%) em vigor desde primeiro de agosto, além de São Paulo (2,79%), onde as tarifas foram reajustadas em 5,10% a partir de 11 de setembro.

As despesas pessoais também aumentaram mais, indo para 0,73% em setembro contra os 0,42% de agosto. Isso em função, basicamente, do item recreação (de –0,54% para 0,79%) e dos empregados domésticos (de 1,11% para 1,24%).

O cálculo dos empregados no Rio de Janeiro, excepcionalmente, partiu do acumulado de agosto e setembro (3,59%) obtidos através das informações da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de junho e julho, retirando a variação que havia sido apropriada no IPCA de agosto (0,50%), o que resultou na variação de 3,08% em setembro. A propósito, ainda no Rio de Janeiro, no item “mão-de-obra para pequenos reparos”, do grupo Habitação, o procedimento foi o mesmo. Do acumulado de agosto e setembro (-2,63%) foi retirada a variação que havia sido apropriada no IPCA de agosto (0,50%), gerando o resultado de -3,12% de setembro.

No grupo dos artigos de vestuário, que subiu para 0,89% ante os 0,19% de agosto em razão da entrada da nova coleção no mercado, destacam-se os calçados (de 0,49% para 1,06%) e as roupas femininas (de –0,17% para 1,04%).

Assim, considerando os grupos não alimentícios, a variação foi de 0,36%, acima dos 0,27% de agosto.

Os transportes (de 0,06% em agosto para –0,08% em setembro) vieram em queda sob influência de diversos itens, sobressaindo os automóveis usados (de 0,15% para –1,62%), conserto de automóveis (de 0,67% para –0,55%) e gasolina (de –0,09% para –0,13%). Além disso, itens importantes como tarifas de ônibus urbanos (de 0,46% para 0,08%) e seguro voluntário (de 0,98% para 0,35%) mostraram menor crescimento de preços de um mês para o outro.

Nos artigos de residência (de 0,40% para 0,18%) o destaque ficou com a queda registrada no item TV, som e informática (de –0,31% para –1,10%), além da desaceleração na taxa de itens como eletrodomésticos (de 0,68% para 0,44%).

Nas despesas com saúde e cuidados pessoais (de 0,53% em agosto para 0,32% em setembro) houve influência dos remédios (de 0,48% para 0,03%), cujos preços não subiram, e dos artigos de higiene pessoal (de 0,52% para 0,27%), que mostraram menor crescimento de preços.

Entre os índices regionais, o maior foi o de Recife (0,79%) onde os alimentos aumentaram 2,01% com impacto de 0,51 ponto percentual, sendo responsáveis por 65% do índice da região. O menor foi o de Curitiba (0,29%) em virtude, principalmente, do resultado dos automóveis novos (-0,77%) e usados (-1,73%), que ficaram bem mais baratos em setembro, aliados à queda nos preços da gasolina (-0,67%) e do etanol (-0,61%).

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