Depois de classificar como “incoerente” a indicação do presidente regional do PDT, Dagoberto Nogueira, a vice do pré-candidato a prefeito de Campo Grande, deputado federal Edson Giroto (PMDB), o vereador Paulo Siufi (PMDB) afirmou que poderá não caminhar com os peemedebistas caso o pedetista seja oficializado na vaga.

De adversário político, Dagoberto se tornou um dos principais aliados do PMDB em pouco mais de um ano. Em 2010, ainda como deputado federal e candidato ao Senado, o dirigente do PDT tecia duras críticas ao governador André Puccinelli (PMDB). Contudo, hoje ele é um dos nomes mais cotados para ocupar o cargo de vice-prefeito na chapa encabeçada pelo PMDB.

Para o presidente da Câmara, a indicação de Dagoberto não corresponde ao que ele classificou como um “bom” vice. “Eu entendo que o vice não pode ser uma pessoa que discordou desse movimento que nós fazemos parte. Já disse isso na tribuna e vou continuar dizendo: o vice tem que ser uma pessoa com expressão, que tenha apoio da classe política, que tenha apoio do povo campo-grandense e que não falou, não teceu críticas ao sistema do governador André Puccinelli e do Nelsinho Trad”, enfatizou.

O vereador se mostrou aberto às críticas de opositores, mas alertou que as palavras desferidas pelo ex-deputado na época foram “destrutivas”. “Críticas construtivas é uma coisa, criticas pessoais, pejorativas, destrutivas, essas eu não aceito. Por isso, disse que, dependendo do vice, vai ser muito difícil para mim caminhar nesse projeto”, cravou Siufi, sugerindo que a indicação de Dagoberto poderá tirá-lo da campanha de Giroto.

Siufi não é o primeiro a se “rebelar” com o PMDB no que tange à sucessão do prefeito Nelsinho Trad. O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) já adiantou que não pedirá votos para Giroto por ver impedimento ético na pré-candidatura do deputado federal que responde processo por denunciação caluniosa no STF (Supremo Tribunal Federal).

Cotado para vice do pré-candidato a prefeito pelo PMDB, Siufi destacou ainda o perfil de políticos que, segundo ele, poderiam contribuir melhor com a campanha de Giroto. “Presidente de Câmara entra, vereadores com mandato entram, pessoas de outros segmentos de nossa sociedade poderiam muito bem estar representando o povo campo-grandense”, sugeriu.

Paulo Siufi acrescentou que o vice de Giroto “não pode ser aqueles que denigrem imagem e que representam uma política ultrapassada, de revanchismo e de desqualificação”, atacou o vereador ao relembrar o posicionamento do ex-deputado em 2010. “Isso eu não aceito”, reiterou.

Preocupado com o futuro do PMDB nestas eleições, Siufi disse que discutiu com o governador a indicação do vice. “Já conversei com o governador algumas vezes, mas isso é um problema que eles vão resolver mais para frente. Eu não creio que essa resolução seja de imediato”, pontuou.

O parlamentar também voltou a defender que a escolha do vice passe pela Câmara de Vereadores. “Temos que sentir o clima, ver as alianças, tem que ser discutido isso com quem tem mandato. A eleição é municipal e a Câmara não pode ficar de fora. Eu já disse isso ao próprio governador e ele sabe disso e ele concorda, tanto é que ele fez uma reunião com a base aliada dele aqui”, revelou.

Categórico, Siufi reforçou a participação dos vereadores na decisão. “Ele [André Puccinelli] sabe da importância que os vereadores têm, não só na indicação de um vice, mas também na aprovação dessa chapa majoritária que vamos estar carregando pelos bairros. Eu vou dizer com toda franqueza, acho que o vice tem que somar e não diminuir”, finalizou.

Veja críticas de Dagoberto a André: