Igrejinha antecipa problemas e pede para regulamento do Carnaval ser revisto
Mesmo levando a fama de briguenta, a escola de samba Igrejinha mais um ano levanta a discussão sobre o regulamento do Carnaval elaborado pela Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas) e aprovado por todas as escolas de samba que desfilam em Campo Grande. Em reunião na noite desta terça-feira (24), representantes da escola anteciparam ao presidente […]
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Mesmo levando a fama de briguenta, a escola de samba Igrejinha mais um ano levanta a discussão sobre o regulamento do Carnaval elaborado pela Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas) e aprovado por todas as escolas de samba que desfilam em Campo Grande.
Em reunião na noite desta terça-feira (24), representantes da escola anteciparam ao presidente da Liga possíveis problemas que podem ocorrer por pontos questionáveis do documento. “Estamos nos precavendo, já que tivemos dor de cabeça em desfiles anteriores”, argumentam.
A primeira falha apontada pelos carnavalescos é a formação dos jurados, que no ano passado mostraram falta de conhecimento até mesmo da língua portuguesa e da história. “Fomos questionados sobre uma palavra que é de conhecimento de qualquer pessoa que esteja envolvida com o carnaval”, lembra Osvaldo Pimenta de Abreu, secretário da Igrejinha.
Ainda sobre o Carnaval de 2011, Abreu conta que trouxeram o mestre-sala e a porta-bandeira do Rio de Janeiro para desfilar pela Igrejinha, o que foi proibido no regulamento em 2012. “Se a intenção foi proibir para beneficiar a comunidade, tudo bem, mas então a regra teria que ser estendida para todos os quesitos que valessem pontos. Sentimos que foi pessoal”, diz Abreu.
Outro ponto discutido na reunião e protocolado na Lienca no dia 16 de dezembro foi a questão da escolha do dia do desfile. No regulamento diz que a escola campeã de 2011, a Vila Carvalho, tem o direito de escolher qual o dia que prefere desfilar. Sendo assim, a escola vice-campeã, no caso a Igrejinha, consequentemente teria que atravessar a avenida em dia diferente.
Até ai tudo certo. O problema enxergado pela Igrejinha foi que as demais escolas também poderiam escolher o dia que preferem desfilar. Na visão dos membros, o correto seria a realização de um sorteio para definir a ordem do desfile.
Grupos
Com a unificação das escolas de samba da Capital, em 2012 não haverá a divisão de grupos como especial e de acesso, todas desfilam em uma única categoria. De acordo com Abreu, e confirmado pelo presidente da Lienca, Eduardo de Souza Neto, a proposta foi feita pela Igrejinha e aceita por todos os representantes do carnaval campo-grandense.
O que incomodou os membros da vice-campeã de 2011 foi uma publicação na qual a escola é citada como opositora deste novo contexto. “Como podemos ser contra o que foi sugerido por nós?”, questiona Abreu. Ele explica também que a intenção é promover o Carnaval de Campo Grande, de forma que beneficie todas as escolas.
Entretanto, a briga vai além da unificação. O surgimento da nova integrante a desfilar na avenida, a escola de samba Deixa Falar, chegou gerando polêmica. “Achamos injusto ela concorrer igualmente sendo que nem se apresentou à comunidade”, alega Abreu.
Com alto recurso financeiro, a Deixa Falar está sendo acusada de “comprar” membros de outras escolas. Segundo Abreu e Eduardo, a novata irá se apresentar na avenida com 100% da bateria da veterana Catedráticos do Samba. “Isso tem que ser revisto, tudo bem as escolas serem parceiras e se ajudarem, mas neste caso é diferente”, diz o presidente da Lienca.
Resposta da Liga
Sobre os levantamentos da Igrejinha, a Lienca se posicionou e criticou a ausência da escola no dia da reunião feita com os representantes dos grêmios para aprovar o regulamento. Porém, Eduardo admitiu alguns pontos que precisam ser revistos e se comprometeu em marcar outra reunião para discutir o documento antes do desfile.
Entre desavenças e a vontade de fazer do Carnaval de Campo Grande um verdadeiro espetáculo, a Igrejinha clama por profissionalismo e garante que a competitividade é comum e necessária para todos deixarem o amadorismo. “Não queremos privilégios, queremos apenas critérios para poder concorrer justamente”, finaliza Abreu.
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