Giroto tenta se afastar do governador ao responder ação judicial proposta por Reinaldo

Em depoimento à Justiça Giroto diz que não possui nenhum controle ou influência sobre as ações do governador

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Em depoimento à Justiça Giroto diz que não possui nenhum controle ou influência sobre as ações do governador

Depois de não obter sucesso na tentativa de tirar o tempo de programa de televisão da Coligação Novo Tempo do ar – devido a veiculação de cenas em que o governador André Puccinelli (PMDB) aparece constrangendo servidores comissionados a votar nos candidatos do governo – o candidato Edson Giroto (PMDB) tenta agora provar à Justiça Eleitoral que as imagens veiculadas pela imprensa foram “montadas”.

Além disso, Giroto tenta também se isentar de qualquer responsabilidade no episódio e se afastar de Puccinelli ao dizer que “não possui nenhum controle ou influência sobre as ações do governador”.

A ação de improbidade administrativa e abuso de poder político contra Puccinelli foi ajuizada por Reinaldo Azambuja e pelos demais candidatos da oposição na Justiça eleitoral. O pedido de punição foi extensivo a Edson Giroto, com a cassação do registro de sua candidatura, já que foi um dos beneficiados pelos crimes praticados pelo chefe do executivo estadual.

“As imagens respondem por si. Não há o que se questionar com relação ao comportamento indevido e antidemocrático do governador”, declarou Reinaldo Azambuja.

Ao apresentar a sua defesa, Giroto se valeu de um trecho de pouco mais de cinco segundos – em um total de 10 minutos de gravação, sem cortes e sem edição – para tentar convencer a Justiça Eleitoral que as imagens e o áudio se tratam de “montagem”.

Giroto alegou ainda que o governador participava da reunião na condição de “cidadão” e que todos os que estavam na sede do PMDB discutiam “estratégias de campanha”, conforme anunciou à imprensa o próprio chefe do executivo.

“A verdade é uma só: o governador tinha uma lista na qual constavam informações prévias a respeito do voto de cada um dos servidores. Esse é o primeiro ilícito, pois o voto é secreto e inviolável. O segundo ilícito é a ascendência natural que ele tem, na condição de governador, sobre os servidores presentes, ou seja, se não declararem voto aos indicados serão exonerados de seus cargos. E, por último, o terceiro ilícito: abuso do poder político”, analisou Azambuja.

De acordo com o tucano, caso a reunião fosse para discutir estratégias políticas, os servidores não teriam sido convidados pelo próprio governador a se retirarem da sala logo após reponderem à “chamada”. Assim, a análise é que a situação deixa claro que “se trata apenas de uma tentativa de se explicar o inexplicável”, emendou Azambuja.

Puccinelli se defende atacando vídeo

Em sua defesa, Puccinelli disse que a divulgação das imagens “afronta a intimidade” por terem sido objeto de “gravações clandestinas”, o que se constitui em crime de “violação de segredo”. De acordo com Azambuja, fica evidenciada a intenção do governador no sentido de “punir o carteiro por conta das más-notícias”.

“Ele admitiu que a reunião existiu, o que inclusive levou a justiça a abrir mão do periciamento do material. Portanto, está caracterizado o abuso do poder político, que por ter beneficiado o Giroto irá custar a cassação do registro de sua candidatura”, concluiu o tucano. (Com informações da assessoria)

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