Pré-candidato a prefeito de Campo Grande, deputado federal ligou para correligionários para tentar desqualificar reportagem

Pré-candidato a prefeito da Capital, o deputado federal Edson Giroto (PMDB) telefonou para peemedebistas, ligados ao prefeito NelsinhoTrad (PMDB), para desqualificar reportagem publicada no último sábado (5) no jornal Midiamax. Aos correligionários, ele garantiu apoio ao prefeito na sucessão estadual justamente para se “safar” da entrevista na qual não confirmou pedir votos a ele em 2014.

O fato é que no sábado, após mais de um questionamento, Giroto realmente não antecipou apoio à pré-candidatura a governador de Nelsinho, seu coordenador de campanha. Ao lado do presidente regional do PDT, Dagoberto Nogueira, cotado para ser seu vice, o parlamentar disse não querer antecipar a discussão sobre a sucessão estadual por estar focado em sua campanha a prefeito.

A declaração, pelo jeito, deixou peemedebistas ligados aoprefeito de “cabelo em pé” motivando, inclusive, as explicações de Giroto, que ao invés de reconhecer falha optou em desqualificar a reportagem. Diante do reboliço, ele pegou o telefone e ligou para correligionários, que, por temerem retaliações, pediram ao Midiamax para não terem seus nomes divulgados.

Por telefone, o pré-candidato disse a parlamentares que “nunca deixará de ajudar Nelsinho” e afirmou ainda que a reportagem visava “jogar líderes do PMDB um contra o outro”.

A questão é que a reportagem não tem culpa de Giroto não ter confirmado apoio ao prefeito. Muito menos de o PMDB já dar indícios de racha interno. O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), por exemplo, se nega a pedir votos ao parlamentar por ver impedimento ético na candidatura. A decisão leva em conta processo por denunciação caluniosa que o correligionário enfrenta no STF (Superior Tribunal Federal).

Também promete acirrar a divisão interna a escolha do vice de Giroto. A bancada do PMDB na Câmara Municipal não aprova a indicação de Dagoberto Nogueira. O presidente da Casa de Leis, vereador Paulo Siufi (PMDB), chegou a classificar como incoerente a escolha por conta de duras críticas desferidas, nas eleições de 2010, pelo pedetista ao governador André Puccinelli, principal liderança do PMDB no Estado.

Sobre a sucessão estadual, a divergência de opiniões entre os peemedebistas se repete. Um grupo defende o recuou de candidatura própria no caso de o senador Delcídio do Amaral (PT) liderar as pesquisas. É o caso do governador e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB). Outra ala prefere ver a vice-governadora Simone Tebet (PMDB) representando a legenda na sucessão estadual, como o presidente do PMDB, Esacheu Nascimento, evidenciou em recente ato do partido.