O funcionário público, Ricardo Lopes, que é indígena e trabalha como auxiliar de serviços gerais concursado na Prefeitura local viu o fruto de 20 anos de trabalho e economia virarem cinzas, quando seu carro pegou fogo na noite dessa segunda-feira (3) em Amambai.

Após sair do trabalho, Ricardo, que é morador na Aldeia Limão Verde, situada a cerca de 3 quilômetros da cidade, passou no mercado, fez algumas compras e se deslocava para casa em companhia de familiares.

Ao se aproximar do primeiro quebra-molas, instalado na Rodovia MS-156, trecho que liga Amambai a Tacuru, já na entrada da aldeia indígena, o veículo de Ricardo, um Gol, cor vermelha, apresentou uma pane elétrica e começou a pegar fogo.

Descaso do Estado pode ter contribuído para o prejuízo

Acionado já nas primeiras chamas, sem viatura adequada para atender esse tipo de ocorrência, a equipe do Corpo de Bombeiros de Amambai levou quase meia hora para chegar ao local e quando chegou o fogo já havia tomado todo o veículo.

Com o ABT (Auto Bomba Tanque) baixado com motor fundido há três semanas, os bombeiros de Amambai estão com apenas uma viatura para atender casos de incêndio no município e toda a área sobre a sua jurisdição, Tacuru, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia e Aral Moreira, um AT (Auto Tanque) emprestado pelo Grupamento Bombeiros de Ponta Porã.

Acontece que esse tipo de viatura é lenta e por conta disso é indicada apenas para dar apoio em combate a incêndio, abastecendo os ABT e os ABR (Auto Bomba Rápido), que são mais rápidos e propícios para casos de controle em incêndios em residências e em veículos, como o ocorrido na noite dessa segunda em Amambai.

Com o AT, no momento do acionamento até a chegada no local onde o veículo estava pegando fogo, a equipe levou cerca de meia hora.

Se estivesse equipada com a viatura apropriada para atender esse tipo de ocorrência, o ABR, o mesmo percurso poderia ser feito em apenas 7 minutos e possivelmente daria tempo de evitar a destruição completa do carro.

Além de perder o carro, o fogo também destruiu toda a compra que o funcionário público havia acabado de fazer no mercado e também pertences pessoais. Detalhe, o carro era o único meio de locomoção de Ricardo Lopes para se deslocar de casa para o trabalho.