Especulação de aumento da tarifa já preocupa usuários do transporte coletivo
Prefeito afirma que índice de reajuste ainda não foi definido e que fará um estudo da tarifa a ser apresentada
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Prefeito afirma que índice de reajuste ainda não foi definido e que fará um estudo da tarifa a ser apresentada
Ainda sem data prevista, a especulação de aumento da tarifa dos ônibus de Campo Grande, que saltaria de R$ 2,70 para R$ 2,90, já deixa os usuários do transporte coletivo preocupados. Para quem depende diariamente, utilizando cerca de dois passes por dia, o aumento passa de R$ 120 ao ano por cada pessoa que sobe no coletivo.
“É um absurdo a tarifa que já está sendo cobrada e imagina se aumentar. Atualmente estou desempregada, pagando ônibus para procurar emprego e isso ‘pesa’ no meu bolso. Além do mais os ônibus atrasam demais e depender de moto é um perigo, por isso continuo nessa vida”, afirma Francis Novaes, 26 anos.
A professora Denise Araújo, 36 anos, que possui carro e utiliza o coletivo esporadicamente, afirma que seus colegas de trabalho reclamam muito do serviço. “Eu pego o ‘fresquinho’ às vezes para ir ao centro, já que o ônibus para na frente da minha casa, no bairro Mata do Jacinto. Mas aqueles que dependem estão insatisfeitos com o serviço, já é a segunda maior tarifa do país, atrás somente de Florianópolis”, diz a professora.
Idosos ignorados
Com um longo percurso do bairro Taveirópolis ao centro da cidade para ir ao médico e bancos, o casal de aposentados Aurionides Dantas de Almeida, 71 anos e Esperidião da Silva, 76 anos, acreditam que o aumento da tarifa deve ser proporcional a qualidade do serviço oferecido.
“Nós pagamos para realizar um trajeto confortável e não é isso que acontece. Os jovens sentam e fingem que os idosos nem existem. Meu marido, que tem dor nas pernas, sofre até a chegada do ônibus. Percebi também que muitos assentos foram retirados para caber mais pessoas, que os pontos não têm abrigos e quando há chuva, a gente fica todo molhado”, afirma Aurionides.
Enquanto não tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), a técnica de enfermagem Rubia Cristina, 25 anos, afirma que continuará a depender de ônibus. “Se chegar a quase R$ 3 não compensa mesmo. Andar em um ônibus cheio lá da Coophasul até o centro por este preço, para mim é impossível. Vou ter de passar no exame da CNH de qualquer jeito”, avalia Rubia.
Reajuste indefinido
Em entrevista, o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, afirmou que o índice de reajuste da tarifa ainda não foi definido. “O valor e a data de aumento ainda não foram definidos, é uma mera especulação de início de ano. E a prefeitura somente irá se pronunciar após o estudo da tarifa a ser apresentada”, explicou Trad.
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