Encontro de arquitetura discute paisagismo e desafios nos grandes centros
O 11º Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo no Brasil (Enepa) que está sendo realizado até sexta-feira em Campo Grande discute, entre outros assuntos, soluções para as transformações e conflitos pelos quais as cidades passam. Com o tema “O Paisagismo e seus desafios”, profissionais e estudantes debatem o que […]
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O 11º Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo no Brasil (Enepa) que está sendo realizado até sexta-feira em Campo Grande discute, entre outros assuntos, soluções para as transformações e conflitos pelos quais as cidades passam.
Com o tema “O Paisagismo e seus desafios”, profissionais e estudantes debatem o que o Paisagismo, como atividade profissional e formação acadêmica, enfrenta e busca responder junto à sociedade moderna.
Conforme o coordenador do evento, professor Gutemberg Weingartner, seguindo projetos de reestruturação urbana e usando os espaços adequadamente, Campo Grande poderia suportar uma população quatro vezes maior. Atualmente a população da Capital corresponde a cerca de 800 mil habitantes.
“Claro que se apenas quadruplicar a população a cidade entraria em colapso, mas isso indica que há espaços que poderiam ser utilizados para inovação no planejamento e contribuir para a renovação da vida urbana.”, comenta.
Gutemberg reforça que a cidade precisa agregar conceitos para crescer de forma saudável e permitindo a inserção das diversas regiões nas melhorias feitas pelos governantes. “A densidade média atual é de 30 habitantes por hectare. Falta qualidade nos investimentos além de planejamento que não fique restrito a região central, com os loteamentos fechados da Afonso Pena por exemplo, a partir de uma tendência imposta pelo mercado imobiliária que dá ao morador uma falsa sensação de segurança com seus altos muros. É preciso pensar coletivamente pelo bem da cidade. A administração municipal deve pensar a longo prazo.”.
“Campo Grande tem muito potencial para melhorar a vida urbana com o aproveitamento do traçado e em áreas de fundo de córregos, por exemplo. Um exemplo é o bairro Amambai. Uma região próxima ao centro e que não há planejamento ou intervenção efetiva para melhoria. As administrações preferem construir novidades a melhorar o que já existe.”, comenta.
O professor explica ainda que o congresso emitirá um documento que será editado e publicado de forma a propor a difusão do conhecimento, contribuindo na área do ensino e educação e elaborando diretrizes para que os governantes repensem a legislação brasileira propondo a qualificação do espaço urbano.
Outra discussão corrente entre profissionais da área são os espaços verdes. Na Capital destacam-se parques e praças que tornam a cidade referência em qualidade de vida e de urbanização entre os municípios brasileiros. Apesar desses bons exemplos, nem sempre eles são reconhecidos pela população e pela administração pública como lugares urbanos de grande valor, seja pelo potencial de uso, pelo aspecto cênico ou pela melhoria da qualidade ambiental agregada aos locais onde eles estão situados.
O planejamento adequado do espaço urbano poderia ser enriquecido para o convívio social e a melhoria da condição ambiental urbana. “Cada projeto deve agregar pessoas, estimular o convívio social respeitando a natureza, o perfil da cidade e do morador”, defende Weingartner.
Evento
O 11º Enepa teve início dia 29 de outubro e segue até 2 de novembro, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande. O evento já foi realizado em diferentes cidades do País, mas essa é a 1ª vez que um curso da região Centro-Oeste vai sediar os debates.
Entre os brasileiros Orlando Busarello, Claudio Manetti, Fábio Mariz Gonçalves, Ana Rita Sá Carneiro, Wilson Ribeiro dos Santos, Silvio Soares Macedo, Jonathas Magalhães Pereira da Silva e Eugênio Fernandes Queiroga, que abre a programação com “Razão pública e paisagem: reflexões e subsídios teórico-conceituais para o entendimento e para a qualificação da urbanização contemporânea”.
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