A presidente Dilma Rousseff saiu em defesa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta sexta-feira, ao afirmar que “de maneira nenhuma” consideraria a sugestão de demiti-lo.

“Em hipótese alguma o governo brasileiro, eleito pelo voto direto e secreto do povo brasileiro, vai ser influenciado por opinião de uma revista que não seja brasileira”, afirmou Dilma, referindo-se a artigo publicado pela revista britânica The Economist, que sugere a demissão de Mantega.

“E acho que não é correto também o seguinte: não vejo diante dessa crise gravíssima pela qual o mundo passa, com países tendo taxas de crescimento negativas, escândalos, quebra de bancos, quebradeiras, eu nunca vi nenhum jornal propor a queda de um ministro”, acrescentou ela a jornalistas após encerramento da reunião de chefes de Estado do Mercosul.

Mantega foi criticado pela imprensa internacional pelo fraco desempenho da economia no terceiro trimestre, cujo crescimento ficou em apenas 0,6 por cento, com os investimentos registrando a pior retração em mais de três anos.

Para a presidente, os resultados mostram recuperação da economia.

“Nós estamos crescendo a 0,6 (por cento) neste trimestre. Iremos crescer mais no próximo trimestre. Então a resposta é: de maneira alguma levarei em consideração esta, diríamos, sugestão (de demissão do Mantega). Não vou levar.”

Dilma também buscou mostrar que a economia brasileira está mais sólida do que a de outros países, argumentando que nenhum banco do porte do norte-americano Lehman Brothers quebrou no país.

Mais cedo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, já havia saído em defesa do seu colega da Fazenda.

“No dia em que a Economist nomear ministro no Brasil, deixaremos de ser uma República Federativa”, afirmou o ministro.

Nos bastidores da equipe econômica, há avaliações de que Mantega não corre o risco de perder o cargo neste momento, uma vez que ele está bastante alinhado com a percepção da própria presidente Dilma sobre como conduzir a economia.

“Ela não jogaria para a plateia”, afirmou uma fonte, referindo-se à possibilidade de a presidente trocar o ministro da Fazenda apenas para agradar uma parte do mercado descontente com os rumos da economia.