O trabalho é desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde, com apoio da direção do presídio

A Secretaria Municipal de Saúde, em conjunto com a direção do presídio, está desenvolvendo um trabalho preventivo contra tuberculose no EPAM (Estabelecimento Penal de Amambai).

O trabalho começou no sábado, 25 de agosto, com 30 presos, mas a meta, segundo a coordenação do trabalho, que tem a frente a enfermeira Camila Santana Vanin e a assistente social Cleonice Spada, é atender cem por cento dos mais 210 detentos que estão recolhidos hoje no EPAM.

De acordo com a coordenação, o trabalho consiste no recolhimento de “escarro” para exames e as pessoas consideradas com maior vulnerabilidade para contrair a doença por conta de seus históricos médicos, também passam por uma sessão de raios “X” para detectar possíveis anomalias nos pulmões, outra forma de detectar a tuberculose, segundo os especialistas.

Os exames de raios “X” são realizados aos finais de semana no Posto de Saúde Central, próximo ao Hospital Regional e um forte aparato policial, envolvendo várias viaturas e cerca de 20 policiais militares é montado para realizar o transporte dos detentos até a unidade de saúde e posteriormente trazer de volta ao Estabelecimento Penal.

Segundo a Secretaria de Saúde do município, que tem a frente a secretária Ezenir de Oliveira, a “Preta”, o objetivo da realização do trabalho é prevenir um possível surto de tuberculose entre os detentos, já que convivem em ambiente propício para a propagação da doença, um ambiente fechado, com grande aglomeração de pessoas e pouca ventilação.

Segundo a enfermeira, Camila Vanin, com o trabalho preventivo, caso seja constatado alguma pessoa portadora do vírus, ela começa a receber tratamento imediatamente, evitando que o vírus se propague para outras pessoas, já que quando o portador começa a receber tratamento, também deixa de ser transmissor da doença.

Trabalho é apenas preventivo

De acordo com a equipe responsável, o trabalho de monitoramento, que é acompanhado de perto pelo diretor do EPAM, Alexandre Ferreira de Souza, é apenas preventivo, já que nos últimos tempos não tem sido detectado casos da doença dentro do Estabelecimento Penal.

Segundo a Secretaria de Saúde em tempos passados foram constatados dois casos de presos portadores do vírus, mas ambos receberam tratamento adequado.

Melhorias na ventilação

De acordo com o diretor do EPAM, Alexandre Ferreira, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul), está investindo no melhoramento do sistema de ventilação na carceragem do presídio em Amambai, fator que também vai contribuir para a eliminação de doenças transmitidas via sistema respiratório.

O Estabelecimento Penal de Amambai (EPAM), cujas instalações foram construídas a mais de três décadas com a finalidade de abrigar uma cadeia pública, ou seja, para presos temporários, tem capacidade para 67 detentos, mas hoje abriga mais de 210 presos, parte deles já cumprindo pena e parte aguardando sentença.

Dos mais de 200 detentos recolhidos no presídio atualmente, cerca de 75% foram presos pelo crime de tráfico de drogas e a maior parte são moradores de fora do Estado de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a direção do presídio, nos últimos meses uma grande quantidade de detentos foram transferidos do EPAM para outras unidades prisionais do Estado, mas mesmo assim o presídio continua superlotado, tendo em vista o grande volume de prisões realizadas pelos organismos policiais que atuam nas áreas sob jurisdição da Comarca de Amambai.