Deputado diz que Giroto fechou com 17 partidos por ter mais dinheiro e provoca bate-boca

A quatro dias do início da campanha, o clima eleitoral dominou a sessão desta quarta-feira (4) da Assembleia Legislativa. O deputado Cabo Almi (PT), vice de Vander Loubet (PT) na corrida pelo comando da prefeitura da Capital, declarou que partidos fecham aliança sem considerar projetos de governo, mas o dinheiro que recebem em troca de […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

A quatro dias do início da campanha, o clima eleitoral dominou a sessão desta quarta-feira (4) da Assembleia Legislativa. O deputado Cabo Almi (PT), vice de Vander Loubet (PT) na corrida pelo comando da prefeitura da Capital, declarou que partidos fecham aliança sem considerar projetos de governo, mas o dinheiro que recebem em troca de apoio.

A crítica foi direcionada ao candidato governista, deputado federal Edson Giroto (PMDB), que fechou coligação com 17 partidos. O ataque, no entanto, não saiu barato. Líder do PMDB na Casa de Leis, Eduardo Rocha, chamou os petistas de incompetentes na busca por aliados.

“Não acredito que a coligação do Giroto, que tem ao seu lado a máquina do município e do Estado, tem uma proposta tão boa assim para atrair 17 partidos aliados”, disparou Cabo Almi. Para ele, “quem tem mais dinheiro, leva mais partidos”. “Para acabar com essa brincadeira”, o petista sugeriu a quebra do sigilo bancário de dirigentes partidários.

“Os mais espertos podem escapar, mas tenho certeza que com o sigilo bancário vamos pegar a corrupção de alguns”, disse Cabo Almi. Como exemplo de corrupção na formação de alianças, ele citou recentes casos registrados no PMN e do PSL.

Por suspeita de receber dinheiro em troca da aliança com o PMDB, a direção regional e municipal do PMN foi destituída no Estado. Pouco dias depois, vieram à tona gravações telefônicas com diálogos do presidente regional do PSL, Alceu Bueno, exigindo R$ 10 mil para apoiar candidatos a prefeito em Itaporã, Iguatemi e Glória de Dourados.

Troco do governista

Em reposta as insinuações do adversário político, o deputado Eduardo Rocha sugeriu que Cabo Almi virou vice na “marra” porque o PT não conquistou aliados para ocupar o espaço na chapa majoritária. “O PT entra na disputa como a estrela solitária, nem vice conseguiu arrumar”, cutucou. “Agora, tentam culpar o nosso candidato pela incompetência deles”, acrescentou.

Para esfriar os ânimos, o deputado Pedro Kemp (PT) entrou no debate. Ele concordou que “a política está muito cara” e revelou observar na reforma política, com o financiamento público de campanha, a possibilidade de a situação evoluir. “Só com o financiamento público de campanha será possível acabar com essa promiscuidade, com a corrupção”, defendeu.

Incrédulo, o deputado Zé Teixeira (DEM) disse duvidar do fim do caixa dois, mesmo com uma reforma política. “Em tese, a ideia é boa, mas acho difícil dar fim ao dinheiro por fora”, comentou. Para ele, a única solução é proibir de vez a participação de nomes suspeitos nas eleições. “Entrou em falcatrua, não pode ser candidato”, sugeriu.

Investimentos maquiados

Antes de entrar no campo eleitoral, Cabo Almi colocou em xeque a aplicação dos recursos em saúde pelo Governo do Estado. Para ele, o Executivo “está maquiando os investimentos só para cumprir o teto”. “Enquanto isso, a população sofre na fila dos postos de saúde e nos corredores dos hospitais”, disse.

Como exemplo, o petista citou a obrigação dos deputados aplicarem 40% da verba das emendas parlamentares na saúde. “Esse recurso, o governo usa para cumprir o teto de investimentos em saúde”, ressaltou.

Para Kemp, a discussão deve ser mais ampla. “O problema não é só falta de recursos, antigamente vinha menos dinheiro para a saúde e os problemas eram inferiores. Agora, vem mais verba e cada vez a situação piora, por isso, precisamos aprofundar o debate para saber como estão aplicando os recursos”, defendeu. “Dinheiro tem, dinheiro está chegando e parece que estão o desviando”, emendou.

Em defesa do governo, Eduardo Rocha destacou que o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) em vez de aplicar 15% da verba da prefeitura em saúde, investe 20% no setor, montante acima do teto previsto por lei.

Conteúdos relacionados