Denúncias apontam candidatos que tentam ‘parcelar’ compra de votos em Corumbá

Metade à vista e a outra parte depois de comprovar o voto no candidato. Essa tem sido a prática adotada por alguns concorrentes a uma das 15 vagas para a Câmara Municipal de Corumbá.

Curiosa é a artimanha proposta. Para “provar” que votou no comprador, o eleitor deve apresentar uma foto mostrando-o na urna eletrônica. Entretanto, o uso de aparelhos eletrônicos na cabine de votação é expressamente proibido pela resolução número 23.372 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Ele (eleitor) não vai conseguir fazer isso porque com esse aparelho ele não terá acesso à seção eleitoral”, afirmou o chefe do cartório da 7ª Zona Eleitoral, Marcos da Silva Guimarães Acosta.

“Os mesários de Corumbá e Ladário receberam a instrução de que isso é totalmente proibido. Também vai ser afixado dentro das seções um lembrete tratando dessa proibição. Isso é Lei e vamos cobrar seu cumprimento”, completou. Ou seja, o eleitor que aceitar essa transação, além de ajudar a eleger um mau político, não receberá a segunda parcela do combinado porque não terá condições de “provar” que votou no “comprador”.

A venda do voto, assim como a compra pelo candidato ou a pedido dele, estão previstas como crime no artigo 299 do Código Eleitoral. “O artigo 299 enquadra quem fornece, quem promete, quem entrega e quem recebe. Efetivamente, receber é crime e tratado da mesma maneira pela Justiça”, reforçou o promotor Luciano Anechini. A população pode ajudar a coibir a compra de votos, fazendo denúncias ao Ministério Público Eleitoral, através do telefone (67) 3231-4664, que funcionará em sistema de plantão, no domingo, dia da votação.

Em Corumbá, 163 candidatos buscam uma das 15 vagas para vereador. Em Ladário são 148 para 11 cadeiras.