A última semana epidemiológica – a de número 23 – apontou que apenas 29 casos de dengue foram notificados em Corumbá, informa o levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, que leva em consideração os 10 primeiros dias de junho. Apesar de os dados apontarem fatores positivos de queda nos registros da doença, a situação ainda preocupa, segundo a coordenadora geral de Vigilância, médica veterinária Viviane Ametlla.

“O novo levantamento de infestação predial realizado no começo de junho apontou que Corumbá está com índice de 3% de infestação predial. O levantamento realizado em maio deu índice 5,2%, um número considerado muito alto. Essa queda se deve ao trabalho de manejo, de limpeza, do fumacê, dos serviços de educação e das parcerias com o Exército e Projovem. A mudança climática que ocorreu nos últimos dias também auxiliou, porém, esse não é um fator que pode ser considerado relevante para a queda desses números”, ressaltou Viviane.

O último Levantamento de Índice Rápido de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa), realizado nos dias 04 e 05 de junho, apontou incidência de 3,5% na cidade. Os principais responsáveis pelos altos índices de infestação continuam sendo os depósitos de água em nível de solo (classificados como A2), com 71%, seguidos dos depósitos fixos (calha, laje, ralos, sanitários em desuso, etc) – o C -, com 15,6%; depósitos móveis (vasos e pratos, frascos com plantas, bebedouros de animais, etc), B, com 6,7%, e de lixo e outros resíduos sólidos (o D2), também com 6,7%.

“A queda nos registros, tanto na última semana epidemiológica, quanto no levantamento de infestação, não é sinal para que fiquemos tranquilos. Isso porque estamos longe do índice admitido pelo Ministério da Saúde, que é de apenas 1%. Os reservatórios no nível de solo continuam sendo o grande problema. Nesse caso, a população não está colaborando, pois não há como os serviços de manejo mecânico, nem do fumacê, eliminarem a larva que se desenvolve nos reservatórios que a população armazena a água para ser utilizada em casa. Esse tipo de cuidado é sempre explicado, porém, a população não se atenta”, disse a coordenadora.

Viviane ressaltou que as medidas de limpeza de terrenos, manejo mecânico, visitações residenciais por parte dos agentes de endemias continuam e que apenas o serviço do fumacê foi interrompido. “O fumacê é uma arma química que não pode ser usada de forma ininterrupta, pois perde seu efeito. Ele é usado apenas em situações de emergência como era o caso nos meses de abril e maio. Agora, demos uma pausa neste mecanismo, porém, as demais continuam, até porque o número de denúncias que estamos recebendo de imóveis abandonados, de terrenos baldios, é muito grande. O Exército continua em parceria com a Secretaria, auxiliando na limpeza de terrenos e vistorias em imóveis”, acrescentou Viviane.

LIRAa

No LIRAa, as equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) dividem a cidade em quatro regiões e o último levantamento apontou que o setor 1 é o de menor incidência, com 1,2% (Arthur Marinho, 0,0; Centro 1 – entre Edu Rocha e Antonio Maria), 2,1; Cervejaria, 0,0; Dom Bosco, 0,0, e Generoso, 0,0). O setor 4 também apresentou redução, 1,6% (Aeroporto, 1,4; Guarany, 5,9; Jardim dos Estados, 1,9; Nova Corumbá, 0,9, e Popular Nova, 1,4).

Já o setor 2 está com 4,6% (Beira Rio, 0,0; Centro 2 – entre Antonio Maria e Albuquerque – 4,9; Industrial, 0,0; Maria Leite, 5,4; Previsul, 11,8, e Universitário, 0,0), e o setor 3 está com 6,8% (Centro América, 7,5; Cristo Redentor, 13,2; Guatós, 0,0; Nossa Senhora de Fátima, 2,5, e Popular Velha, 0,0).

Gincana Interbairros contra a dengue

Paralelo aos serviços de combate e prevenção à dengue ocorre a Gincana Interbairros de combate à dengue, que está sendo coordenada pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), ligado à Secretaria de Saúde da Prefeitura de Corumbá. Está tendo apoio das associações de moradores, escolas, igrejas, além de outras instituições que estão contribuindo para redução dos índices de infestação do mosquito transmissor da dengue.

Os bairros participantes, por meio de suas comunidades, estão eliminando os focos da doença por meio de retirada do meio ambiente de todo tipo de material que acumula água, apropriado para proliferação do mosquito. Todo material está sendo recolhido semanalmente. A segunda etapa da gincana se encerra em agosto. Os bairros que ainda não estão participando podem entrar em contado com a Secretaria de Saúde e se cadastrar. A gincana ainda terá uma terceira etapa que terminará em novembro.