As taxas do cheque especial e do cartão de crédito não devem ficar menores com a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic), anunciada nesta quarta-feira (7) pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central.

“O consumidor não deve sentir a diferença porque, se acontecer alguma mudança, ela será muito pequena em relação às taxas que vigoram para as pessoas físicas”, diz Keyler Carvalho Rocha, professor de finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração). Segundo ele, as variações da Selic são irrelevantes perto das taxas cobradas pelos bancos, que ultrapassam 160% ao ano. As taxas de rotativo do cartão de crédito chegaram a 238% ao ano em média, segundo dados divulgados pela Proteste em janeiro.

Os bancos devem manter as margens de lucro altas nos empréstimos devido ao aumento da inadimplência, segundo José Nicolau Pompeu, professor doutor em Economia da PUC-SP. Ele diz que a crise financeira europeia, a diminuição do ritmo no crescimento da China e a queda dos preços de matérias-primas fazem os bancos ficarem mais receosos com o cenário econômico e aumentarem seus lucros.

Poupança e renda fixa

A poupança deve se tornar um investimento mais atraente caso haja queda da Selic ao longo do ano, já que o seu rendimento não é atrelado à taxa de juros, mas à inflação.

Segundo Samy Dana, professor de finanças da FGV-SP, só vale a pena deixar de investir nos papéis do tesouro direto e colocar o dinheiro na poupança se a taxa de juros estiver abaixo de 9,5% ao ano. Caso contrário, a compra de títulos da divida do governo segue sendo o melhor negócio.

Já a saída de outros investimentos atrelados à taxa básica de juros, como CDB (Certificado de Depósito Bancário) e fundos de investimento, deve ser olhada caso a caso. Segundo Keyler Carvalho Rocha, o investidor deve comparar os rendimentos prestando atenção à taxa de administração cobrada pelos fundos ou bancos e ao Imposto de Renda que incide sobre esse tipo de aplicação.