Crime ficou praticamente impune, diz promotor sobre Daniella Perez
O promotor Francisco Cembranelli, que ficou conhecido em todo o Brasil pela atuação-chave na elucidação da morte da menina Isabella Nardoni, prestigiou, no Rio de Janeiro, a missa em memória dos 20 anos da morte da atriz Daniella Perez. Antes da celebração, na noite desta sexta-feira em Ipanema, o promotor criticou, em entrevista ao Terra, […]
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O promotor Francisco Cembranelli, que ficou conhecido em todo o Brasil pela atuação-chave na elucidação da morte da menina Isabella Nardoni, prestigiou, no Rio de Janeiro, a missa em memória dos 20 anos da morte da atriz Daniella Perez. Antes da celebração, na noite desta sexta-feira em Ipanema, o promotor criticou, em entrevista ao Terra, o tempo de prisão cumprida pelo casal Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, de pouco mais de seis anos de detenção. “Foi um delito que ficou praticamente impune. Foi até uma pena alta (19 anos para ele e 18 anos e meio para ela), mas eles cumpriram muito pouco tempo”, afirmou.
Cembranelli diz que conheceu e acabou se aproximando da autora Glória Perez, mãe de Daniella, na época do julgamento do casal Nardoni. Ela chegou a ir a São Paulo várias vezes para acompanhar o processo e dar apoio à mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira.
Sobre os desdobramentos da morte de Daniella, ele destacou o que considera o ponto mais importante do caso. “O positivo nisso tudo, apesar de ser tudo muito triste, é que a lei mudou. Hoje é preciso cumprir mais tempo para conseguir o regime aberto ou a progressão de pena”, destacou. Ele se refere ao fato de, após a morte de Daniella, a lei de homicídios qualificados ter sido modificada no Brasil, passando este tipo de crime a ser considerado hediondo.
A modificação só foi possível porque, à época, Glória Perez encampou uma campanha que culminou na aprovação de uma emenda de participação popular, inédita no Brasil. Nela foram reunidas 1,3 milhão de assinaturas pela mudança do código que regia os crimes de homicídio. O Congresso acabou aprovando a emenda, o que se tornou um marco histórico para a Justiça brasileira.
Cembranelli atua em São Paulo e está em viagem de turismo pelo Rio. “É uma data muito importante e, como vim ao Rio neste fim de ano, aproveitei para vir aqui dar um abraço na Glória”, disse. Ele foi peça-chave para a condenação do casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, responsáveis pela morte da menina Isabella, em 2008, quando ela tinha apenas 5 anos. A criança foi arremessada da janela da casa do pai. Em 2010, Alexandre foi condenado a 31 anos de prisão, e Ana Carolina, a 26 anos e 8 meses.
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