Confronto entre milícia e manifestantes deixa 4 mortos em Benghazi

Ao menos quatro pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas em combates entre manifestantes armados e uma milícia ligada ao ministério da Defesa na cidade líbia de Benghazi, informaram fontes médicas. “Três pessoas morreram e temos 20 feridos”, disse à AFP um médico do hospital Al-Hawari, que pediu para não ser identificado. O hospital Al-Jala […]

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Ao menos quatro pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas em combates entre manifestantes armados e uma milícia ligada ao ministério da Defesa na cidade líbia de Benghazi, informaram fontes médicas. “Três pessoas morreram e temos 20 feridos”, disse à AFP um médico do hospital Al-Hawari, que pediu para não ser identificado. O hospital Al-Jala recebeu três feridos, segundo o doutor Hamdi al-Rajoub, e o Centro Médico de Benghazi comunicou um morto e 17 feridos. Centenas de pessoas, incluindo vários homens armados, atacaram o quartel-general da brigada Raf Allah Al Sahati, grupo islâmico ligado ao ministério da Defesa.

Os combates incluíram fuzis de assalto e foguetes e duraram cerca de duas horas, até a milícia islâmica decidir abandonar seu QG, constatou a AFP. Os manifestantes ocuparam a instalação militar, situada em um sítio na região de Hawari, 15 km do centro de Benghazi, saqueando armas, munições e material de informática. Horas antes, centenas de manifestantes haviam expulsado o grupo salafista Ansar al-Sharia de seu quartel-general no centro de Benghazi, incendiando o prédio.

O grupo Ansar al-Sharia era acusado de ser o responsável pelo ataque ao consulado americano que deixou quatro mortos, incluindo o embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Chris Stevens, no dia 11 de setembro passado. Aos gritos de “o sangue dos mártires não foi derramado em vão”, os manifestantes entraram no QG do Ansar al-Sharia, que foi saqueado e incendiado, constatou a AFP no local. Antes, dezenas de milhares de líbios haviam protestado em Benghazi contra as milícias armadas, dez dias depois do ataque ao consulado americano.

As manifestações começaram de forma pacífica, reunindo milhares de pessoas e ofuscando uma concentração de salafistas que protestavam contra um filme ofensivo ao Islã e contra as caricaturas de Maomé publicadas na França. “Não aos grupos armados”, “Sim ao Exército na Líbia”, estava escrito nos cartazes exibidos pelos manifestantes. Outros cartazes apresentavam homenagens ao embaixador americano morto no ataque:

“A Líbia perdeu um amigo”, “Queremos justiça para Stevens”. O ataque ao consulado americano, efetuado durante um protesto contra o filme anti-Islã produzido nos Estados Unidos, evidenciou a incapacidade das autoridades em garantir a segurança no país, assim como o aumento de poder de grupos islâmicos radicais na Líbia. Benghazi, segunda maior cidade do país, onde teve início em 2011 a onda de contestação ao regime de Kadhafi, foi palco nos últimos meses de vários ataques contra alvos ocidentais e de assassinatos de autoridades de segurança.

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