Com 95 anos e mãe de 21 filhos, Joana acredita que o casamento é fundamental

“Naquele tempo não tinha televisão, você sabe como é, né? Quando tinha alguma coisa era uma festa, não tinha diversão. Dei luz a 19 vidas e criei mais dois filhos. Doze estão vivos”, diz Joana, aos 95.

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“Naquele tempo não tinha televisão, você sabe como é, né? Quando tinha alguma coisa era uma festa, não tinha diversão. Dei luz a 19 vidas e criei mais dois filhos. Doze estão vivos”, diz Joana, aos 95.

Joana Vicente Macedo, de 95 anos, é uma mãe e tanto. Mas tanto que teve 19 filhos e ainda cuidou dos filhos da irmã. “Dei a luz a 19 vidas e delas, 12 ainda estão vivas. Cuidei também dos meus sobrinhos. Uma vez, fui ver uma vizinha minha que tinha morrido. Quando cheguei na casa dela, o bebê estava ao lado, chorando. Peguei também para criar”, conta.

A sede da grande família fica no bairro Cidade Morena, em Campo Grande. Para o Dia das Mães, vários dos filhos vieram na véspera para visitá-la e ficar para o dia seguinte. São filhos, netos, bisnetos e tataranetos disputando para contar quem é o mais novo, quem é o mais velho, qual é a primeira menina e assim por diante.

“Ela é lúcida como eu não sou, lembra das coisas, sabe o nome de todo mundo”, brinca o filho mais velho, Liduértio Barbosa Vicente, de 74 anos, filho do primeiro marido de Joana. Ela se casou duas vezes e acredita ser esta a fórmula da juventude e da vida.

“Graças a Deus consegui casar todas as minhas filhas. O que é uma mulher andando por aí, sozinha, na rua? Uma mulher de verdade precisa ter sua casa, seus filhos para cuidar. Sempre foi assim e devia continuar sendo”, defende Joana, que chegou a completar 80 anos de casamento.

“Meu marido, que já morreu, era um ‘safadão’, mas eu nunca levantei o dedo na cara dele. Sempre o respeitei, foi assim que eu aprendi com a minha mãe e deve ser desse jeito para dar certo”, ensina.
A dona de casa lamenta estar com a visão debilitada. “Eu pedi pro médico: cure a minha vista. Eu quero a minha visão porque sinto vontade de trabalhar, fazer camisas, costurar até tarde da noite. Sinto muita falta de costurar”, lamenta Joana.

Marta, a filha mais nova, mora com a mãe e cuida dela. “Nós todos cuidamos da forma que podemos. É um prazer e uma honra pessoas da nossa idade poderem comemorar o Dia das Mães com a mãe ao lado, é emocionante”, diz a filha Benedita.

Jonas, o neto mais velho, diz que Isadora é a tataraneta mais nova da família. “Vai fazer um ano já”. A mais velha, Talita, faz 12 anos ainda neste ano.

“Fora os parentes, ela ainda cuida dos patos e galinhas do quintal”, conta Benedita. “Se viessem todos, não caberiam na foto”, brincou.

Como mensagem de Dia das Mães, Joana deixa um recado simples e valioso. “A vida é boa, saiba cuidar e saiba levar as coisas”.

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