A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateu, nesta terça-feira (18/12), com adidos agrícolas das embaixadas brasileiras da Bélgica, África do Sul e Estados Unidos, em webconferência do Portal de Inteligência Competitiva do Agro Brasileiro, na sede da CNA, em Brasília, as restrições às importações da carne bovina brasileira, causadas pela ocorrência, há dois anos, de um caso atípico de Encefelopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “vaca louca”. Participaram do encontro os adidos agrícolas em Bruxelas (Bélgica), Odilson Luiz Ribeiro e Silva, em Pretória (África do Sul), Gilmar Hens, e em Washington (EUA), Horrys Friaca. “O Sistema CNA está à disposição para ajudar no que for possível neste debate”, afirmou o presidente do Instituto CNA (ICNA), Moisés Gomes.

A identificação de um foco não clássico da doença, no Paraná, provocou, nas últimas semanas, a suspensão das importações de carne por seis países: Japão, China, África do Sul, Egito (apenas para a carne vinda do Paraná), Arábia Saudita e Coreia do Sul. Está marcada para amanhã (19/12) uma reunião na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra (Suiça), onde uma missão técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prestará os esclarecimentos sobre o fato a União Europeia, responsável por mais de 10% das exportações brasileiras de carne in natura e por mais de 46% das vendas brasileiras de carne industrializada.

Segundo relato do representante brasileiro em Bruxelas, a União Europeia está atenta ao caso e preocupada com os desdobramentos desta questão. Ressaltou, no entanto, que o bloco, que já teve casos registrados da doença, não deverá tomar nenhuma medida antes de receber as explicações do governo brasileiro sobre o tema. Para Gilmar Hens, adido agrícola brasileiro na África do Sul, a suspensão das importações de carne era uma medida esperada, pois as questões sanitárias são utilizadas como estratégia de negociação. Ele manteve diversas reuniões, esta semana, com representantes do serviço veterinário daquele país.

Apesar do caso não clássico de BEE, no qual o animal foi portador do agente causador da doença, mas não morreu em decorrência dela, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês) considera o Brasil um país com risco insignificante da doença. No final do encontro, o presidente do ICNA propôs uma nova rodada de discussões após a reunião de amanhã na OMC. Também participaram da webconferência a consultora Tânia Lyra e o assessor técnico do Fórum nacional permanente de Pecuária de Corte da CNA, Paulo Mustefaga.