Cerca de 200 mil pessoas ainda trabalham sem carteira assinada em Campo Grande
Os trabalhadores que não tem carteira assinada representam quase metade dos que estam no mercado formal
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Os trabalhadores que não tem carteira assinada representam quase metade dos que estam no mercado formal
Um média de 300 mil pessoas trabalham sem carteira assinada no Estado, sendo 200 mil somente na Capital. Apesar de não haver dados oficiais – no caso dos trabalhadores sem carteira – o economista Áureo Torres, estima que esse número seja metade do oficial para os que possuem carteira assinada. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, em Mato Grosso do Sul, 593 mil trabalhadores tem carteira assinada.
De acordo com o economista, essa é uma situação que assola todo o país. “Essa gama de pessoas são as que trabalham no subemprego, como por exemplo, as diaristas, que tiram R$ 50 e não tem carteira assinada. Isso não quer dizer que elas não trabalhem, mas que não possuem garantias como INSS, fundo de garantia, seguro desemprego, ficando em situação de vulnerabilidade caso sofram um acidente, por exemplo ”, explicou.
Sônia Pereira, 31, é uma dessas trabalhadoras, que faz faxinas para complementar a renda familiar. “Não tenho carteira assinada, mas o dinheiro da limpeza ajuda meu esposo a pagar as contas de casa. Além disso, como diarista, estou ganhando mais do que se tivesse registrada”, declarou. Já o pedreiro Timóteo Souza, 56, disse que não viu outra saída e precisou trabalhar. “Não consegui que assinassem minha carteira, mas estava precisando de trabalho. Tem uns que não topam, mas meu caso é de necessidade”, afirmou.
O vendedor ambulante, José Flaviano, 52, trabalha sem carteira assinada e justifica que a comissão é maior. “Trabalho por comissão porque ganho mais. Além disso, onde pagam assim é difícil assinarem mesmo”, disse.
Outro fator, apontado pela economista é que as pessoas que estão trabalhando por conta própria, assim como os subempregados são a grande maioria que registram salários abaixo do mínimo. No Estado, 350 mil ainda ganham menos que R$ 622 e outras 430 mil ganham entre R$ 622 e R$ 1.244.
Setor de serviços foi o que mais contratou
De acordo com o Caged, o setor de serviços foi o que mais contratou em 2012 no Estado. Foram 5.076 pessoas empregadas contra 1.349 da indústria. O economista destacou que o crescimento no setor de serviços evidencia o aumento da renda e maturidade da economia.
“O setor aquece quando as famílias estão estabilizadas e já podem procurar opções de turismo, aula de idiomas, tratamentos estéticos, academia, salão de beleza, e as empresas começam a utilizar propagandas, o que movimenta agências, gráficas, panfleteiros, entre outros”, disse.
Em terceiro lugar está a área da construção civil, com 1.279 pessoas empregadas, tendo sido a profissão de servente de obras a que mais cresceu em Mato Grosso do Sul, segundo o especialista.
Redução da jornada de trabalho é inevitável, avalia Áureo
A redução da jornada de trabalho é uma luta travada há 17 anos pelos trabalhadores. A redução de 44h semanais para 40h foi aprovada na Câmara dos Deputados em 2009, mas ainda aguarda aprovação no senado, por conta da pressão dos empresários.
Segundo Áureo, a presença do funcionário no ambiente de trabalho está diminuindo gradativamente e fixar uma jornada mostra apenas que o Brasil ainda está “estacionado” nessa evolução. Para ele, ficar em casa pode trazer alguns “insides” que a pessoa não teria estando sob pressão, além da diminuição de custos para o empregador, já que hoje as tecnologias permitem que o funcionário trabalhe em casa, economizando luz, água, aluguel e equipamentos, por exemplo.
Ele avaliou como inevitável esse novo quadro e citou como caso de sucesso a Alemanha, que tem uma jornada de 6h por dia ou 30h por semana e mesmo assim é o país que tem o maior PIB (Produto Interno Bruto) per capita do mundo.
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