Um bombardeio do Exército sírio sobre uma padaria na cidade de Halfaya, na província central de Hama, neste domingo, deixou pelo menos 60 mortos, segundo denúncia de movimentos opositores sírios. O grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos informou, em comunicado, que as vítimas até o momento são 60, embora não descarte que o número aumente, porque haveria cerca de 50 feridos em estado grave.

A rede de militantes anti-regime dos Comitês de Coordenação Locais (CCL) evocou um massacre “cometido pelas forças do regime, que causou dezenas de mortes, incluindo de mulheres e crianças, e dezenas de feridos, após bombas serem direcionadas à padaria da cidade”. Os CCL também explicaram que Halfaya enfrenta uma verdadeira crise humanitária com a falta de pão, provocada pelos ataques das tropas do governo, e que dezenas de pessoas se reuniram em frente à padaria no momento do ataque depois de vários dias sem o alimento.

Em um vídeo postado por ativistas, é possível ver muitos corpos entre os escombros de um edifício destruído. Um homem carrega em suas costas uma mulher ensanguentada, enquanto o cinegrafista diz: ” Olha, mundo, olha, o massacre de Halfaya”.

Em 30 de agosto, a organização Human Rights Watch acusou as tropas do regime de cometer crimes de guerra, ao lançarem em três semanas bombas em pelo menos 10 padarias de Aleppo, no norte do país. Segundo a ONG, que visitou seis dessas padarias e entrevistou testemunhas, os ataques contra as filas na entrada das padarias já causaram a morte de dezenas de civis, incluindo 60 pessoas no distrito de Askar Qadi, em Aleppo, em 16 de agosto. A Síria vive desde março de 2011 uma revolta que se transformou em conflito armado. Em 21 meses, mais de 44 mil pessoas morreram em meio à violência, segundo o OSDH.