Pré-candidato a prefeito da Capital, o presidente regional do PSD Antonio João Hugo Rodrigues anunciou nesta sexta-feira (27), em entrevista ao jornal Midiamax, diálogo avançado com líderes do PSDB, PP, PSB e PPS para montar bloco na disputa pela Prefeitura de Campo Grande.

Segundo ele, as conversas visam união na disputa ou seleção de dois pré-candidatos para representar as agremiações na corrida eleitoral. Antonio João ainda admitiu constante assédio por parte do PMDB, mas afastou apoio do grupo à pré-candidatura do deputado federal Edson Giroto (PMDB).

Dos cinco partidos que discutem a formação do bloco, quatro apresentam nomes para concorrer à sucessão do prefeito Nelsinho Trad (PMDB). Além do dirigente do PSD, estão de olho na prefeitura o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), o deputado estadual Alcides Bernal (PP) e o vereador Athayde Nery (PPS).

“Por enquanto todo mundo é pré-candidato, mas lá na frente poderemos optar por um único nome”, disse Antonio João. Outra possibilidade, segundo ele, é partir para o confronto com dois candidatos. “Juntos somaríamos tempo de televisão para fazer uma boa campanha”, destacou sobre a parceria dos cinco partidos.

Indagado sobre o que será determinante no momento de definir a melhor estratégia, Antonio João saiu pela tangente. “Ainda faltam 60 dias para as convenções partidárias”, desconversou. “E o tempo é o senhor da razão”, emendou.

Assédio dos governistas

Sobre a pressão do PMDB para desmontar o projeto de candidatura própria de tradicionais aliados e reunir uma coligação imbatível a fim de levar a disputa ainda no primeiro turno, Antonio João reconheceu o assédio, mas minimizou o impacto da pressão. “Todo santo dia sou assediado, isso é natural, faz parte do jogo”, comentou.

O dirigente do PSD reconheceu ainda que para alguns “a força e o poder” do PMDB pode ser atraente, mas destacou “estar firme e forte” no projeto de partir para o confronto. A mesma posição ele espera do PP, PSB, PSDB e do PPS.  “Venho conversando frequentemente com o Bernal, Murilo (Zauith – presidente regional do PSB), Athayde e com Azambuja e todos concordam com as alternativas de união ou de lançar dois candidatos do grupo”, contou, afastando aliança dos partidos com o PMDB.

Questionado sobre os motivos de o PT não integrar o grupo, Antonio João ressaltou manter um “bom diálogo com o senador Delcídio (do Amaral) e com o Zeca (ex-governador)”. “Além de contar com dois grandes líderes, o PT é um partido muito forte, com quase quatro minutos de propaganda”, disse, sugerindo que os petistas não precisariam se unir aos demais para garantir viabilidade ao projeto de enfrentar os governistas.

“Ai eu vou sozinho”

Ainda demonstrando empolgação com o projeto de candidatura própria, Antonio João destacou a possibilidade de o PSD garantir participação no rateio do fundo partidário, abrindo as portas para levantar novamente a discussão sobre espaço no horário gratuito de propaganda política na televisão e rádio. “Hoje o PSD tem 23 segundos de propaganda. Se eu conseguir mais um minuto e meio, aí vou para a disputa sozinho”, declarou.

Um pedido de vista feito pelo ministro José Antonio Dias Tofolli adiou na noite desta terça-feira (24), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o julgamento em que PSD pede que sua cota no fundo partidário seja calculada de acordo com a bancada de 52 deputados.

Levantamento feito pelo TSE mostrou que, somando os votos de deputados federais e suplentes, o partido teria conquistado, em 2010, um total de 5,1 milhões de votos. É com base nessa informação que a sigla briga na Justiça para receber cerca de R$ 1,6 milhão por mês do fundo reservado às legendas.

Além de Antonio João, o PSD teria outros 14 pré-candidatos a prefeito em Mato Grosso do Sul. “Queremos eleger 10 prefeitos”, disse o presidente regional do partido.