As tropas das forças de paz, do Exército e da Guarda Nacional fazem a segurança das zonas de votação do segundo turno da eleição presidencial, hoje (20), no Haiti. Os eleitores vão às urnas para escolher o sucessor do presidente haitiano, René Préval.

Às vésperas das votações, houve denúncias de violência no país, o que, segundo as autoridades, ameaça a democracia. O país caribenho vive a instabilidade política e a crise agravada pela epidemia de cólera que matou mais de 4 mil pessoas, além das dificuldades pela reconstrução da região devastada pelo terremoto de janeiro de 2010.

Disputam o segundo turno das eleições no Haiti a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, de 70 anos, e o cantor popular Michel Martelly, de 49 anos. O Comitê Provisório Eleitoral do Haiti advertiu que a escala de violência não pode permanecer porque ameça a democracia no país “frustrando” e “prolongando” a crise no país.

As eleições ocorrem no momento em que dois ex-presidentes, que foram expulsos do país, tentam retornar à cena política. Jean-Bertrand Aristide voltou anteontem (18) a Porto Príncipe, enquanto Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, retornou ao Haiti no começo deste ano. Ambos são acusados de corrupção e violação de direitos humanos e deixaram o país sob pressão popular. Eles sinalizam que pretendem retornar à atividade política.

Os observadores eleitorais identificaram uma série de problemas às vésperas do segundo turno. Houve denúncias de violência física e verbal. De acordo com depoimentos, os comícios dos candidatos foram interrompidos por causa de ações de manifestantes, atirando pedras e ameaças à imprensa.

As informações são do Comitê Provisório Eleitoral do Haiti e da rádio pública da França, a RFI. Tradicionalmente, é elevado o percentual de abstenção no Haiti. O primeiro turno das eleições no país foi cercado de denúncias de fraudes e irregularidades. Por recomendação da Organização dos Estados Americanos (OEA), houve mudanças no processo eleitoral para garantir a lisura do pleito.

Martelly defende mudanças estruturais na política haitiana, prometendo educação pública de qualidade e mais agilidade na construção de casas populares. Considerada próxima a Préval, Mirlande é apontada como a sucessora que dará continuidade aos programas do atual governo – os apelos internacionais para apoio ao país, por exemplo.