Velas foram acesas na madrugada deste domingo (27) em diferentes cidades do Chile em memória das vítimas do terremoto de 8,8 graus que matou centenas de pessoas há exatamente um ano no país.

O presidente Sebastián Piñera participou de uma cerimônia em Cobquecura, na região de Maule, onde foi registrado o epicentro do terremoto de 27 de fevereiro de 2010. Na celebração, foi lembrado o exato momento em que o tremor acordou os chilenos naquele dia, às 3h34.

“O ano de 2010 foi um ano muito duro, nunca vamos esquecê-lo”, disse o presidente chileno. “Alguns creem que o terremoto nos enfraqueceu. Eu creio no contrário: a adversidade fortalece o país, quando temos realmente na alma essa força. Chile sempre foi um país forjado na adversidade”, completou.

Por todo o país, cerimônias lembram as vítimas do terremoto. Em Constitución, que foi arrasada pelo tsunami, parentes, amigos e vizinhos acenderam velas para lembrar os mortos. Um dos locais que recebeu as homenagens foi o edifício Alto Río, um dos mais atingidos pelo tremor.

Reconstrução

Um ano depois de ser abalado por um dos maiores terremotos da história, que causou um prejuízo de US$ 30 bilhões, o Chile realiza um programa de reconstrução que está alimentando uma forte recuperação da economia.

O governo diz ter concluído 50% dos trabalhos, e a produção de madeira, vinho e frutas já se recuperou. O setor do cobre – o país tem a maior produção mundial – deve crescer 6% neste ano, graças à elevada cotação do metal no mercado global.

Embora tremores secundários continuem sacudindo o país e servindo de lembrança da tragédia, os maiores riscos econômicos atualmente parecem ser a excessiva valorização do peso e as pressões inflacionárias.

“O impacto da reconstrução sobre o crescimento está se tornando mais forte com o passar do tempo”, disse o ministro das Finanças, Felipe Larrain, que financiou um pacote de US$ 8,4 bilhões para a reconstrução com uma mistura de emissão de títulos públicos, elevação dos royalties sobre a mineração e reservas acumuladas das exportações de cobre.

Larrain atribui parte do crescimento expressivo previsto para este ano à base baixa de comparação, já que só no primeiro trimestre de 2010 o Chile deixou para trás a recessão causada pela crise financeira global.

O governo diz já ter reparado 1.500 quilômetros de estradas, e reconstruído 200 pontes, além de portos e aeroportos. Mas ainda faltam dezenas de milhares de casas e vários grandes hospitais.