Servidores denunciam que usam dinheiro do bolso para pequenos reparos nas viaturas

Servidores da segurança pública de Mato Grosso do Sul denunciam que fazem ‘vaquinha’ para manter circulando as viaturas cuja manutenção deveria ser custeada pelo governo do Estado, mas é dificultada pela burocracia exagerada.

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Servidores da segurança pública de Mato Grosso do Sul denunciam que fazem ‘vaquinha’ para manter circulando as viaturas cuja manutenção deveria ser custeada pelo governo do Estado, mas é dificultada pela burocracia exagerada.

Servidores da Segurança Pública de Mato Grosso do Sul denunciam que muitas vezes precisam ‘pagar para trabalhar’. Muitos organizam ‘vaquinhas’ com doações para manter as viaturas em funcionamento e adquirir equipamentos que usam durante o serviço.

“Muitas vezes tiramos dinheiro do bolso para consertar a viatura, senão não podemos trabalhar. Outro dia fui até a autorizado trocar o óleo da viatura e faltou um litro. Acabei pagando do meu bolso, porque a burocracia para o estado pagar aquele um litro seria enorme”, relata um policial militar.

Segundo ele, os servidores preferem bancar custos que deveriam ser pagos pelos cofres públicos para evitar problemas.

“Só fiz isso porque, depois, se der qualquer tipo de problema, o veiculo tem que ficar ‘baixado’ e eu ‘encostado’. A gente fica parado e ainda pode responder por isso. Parece pouco se parar para pensar. Mas isso ocorre continuamente. Gastamos naquilo que não é de nossa obrigação. É difícil ter que pagar para trabalhar, isso não é obrigação nossa”, reclama.

Além disso, alguns militares contam que se revezam para poder trabalhar. “Muitas vezes chegamos para trabalhar e as viaturas estão baixadas, temos que ficar revezando nos veículos que estão funcionando ou ‘amarrados’ para não parar. Ou então somos ‘emprestados’ para não ficar parado aqui no quartel”, denuncia outro servidor militar de MS.

Vários policiais relatam que já chegaram a empurrar a viatura para funcionar, ou relembram que já ficaram parados em meio à rodovia ou a caminho de algum atendimento. “É difícil, mas isso ocorre por conta da burocracia, já que são necessárias licitações para adquirir peças. Além disso, as viaturas são ‘frágeis’. Quando é feita a licitação, eles não leva em conta o valor da manutenção e tempo de conserto”.

A PM informou que as denúncias feitas pelos servidores não procedem, assim como o Corpo de Bombeiros, que relatou que não há morosidade em arrumar as viaturas.

Já a Polícia Civil disse que não tem conhecimento destes fatos. Além disso, as assessorias enfatizaram que estas informações devem ser denunciadas junto a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), que não foi encontrada hoje.

(*) Os nomes dos entrevistados foram omitidos para preservar os servidores.

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