Servidora denuncia assédio moral em órgão público e alerta para casos comuns em Mato Grosso do Sul
Após sofrer hostilidades e abusos no ambiente de trabalho, servidora faz tratamento contra depressão em Campo Grande. Saiba identificar assédio moral nas repartições públicas, como reagir e denunciar.
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Após sofrer hostilidades e abusos no ambiente de trabalho, servidora faz tratamento contra depressão em Campo Grande. Saiba identificar assédio moral nas repartições públicas, como reagir e denunciar.
As denúncias dos casos de assédio moral em ambientes de trabalho das repartições públicas se tornam cada vez mais comuns. Em Mato Grosso do Sul, mais um caso foi registrado oficialmente no Ministério Público Federal e a vítima é uma funcionária pública de órgão federal em Campo Grande.
Norma Áurea Cristraldo Bruschi, que há 25 anos exerce atividades na contabilidade e departamento financeiro do Ministério da Saúde em Campo Grande, protocolou uma denuncia no MPF pelo suposto assédio moral que diz sofrer dentro do órgão desde outubro do ano passado.
Afastada desde o último dia 13 de julho, a servidora faz tratamento para depressão desde novembro de 2010 e diz que resolveu agir para evitar que casos como o dela continuem tão comuns nas repartições sem reação por parte das vítimas.
Você é vítima de assédio moral?
O próprio Ministério da Saúde especifica que assédio moral é toda e qualquer conduta abusiva que atente, pela repetição ou sistematização, contra a dignidade ou a integridade psíquica e física de uma pessoa, ameaçando o emprego ou degradando o clima de trabalho.
Um gesto, palavras, comportamentos, e atitudes, mesmo indiretas, podem se enquadrar.
O assédio moral é definido em três tipos: o ascendente, praticado pelo subordinado que possui os conhecimentos inerentes ao processo produtivo sobre o chefe; o horizontal, feito entre colegas do mesmo nível hierárquico; e o assédio vertical, como o alegado pela servidora de Campo Grande, que é praticado pelo chefe com subordinado.
Servidores expostos
Segundo Norma, o problema começou com uma mudança do local de trabalho dela para outro sem estrutura e depois com a mudança de setor. Ela foi transferida do setor em que atuava para o de gestão de pessoas e considerou o gesto um ato de assédio moral. “Eu só tive uma mesa lá porque tinha um funcionário afastado”, diz.
Ela diz que o ambiente de trabalho nas repartições públicas muitas vezes favorece as práticas de assédio moral. “Muitas vezes, o setor privado é até mais treinado para lidar com pessoas”, pondera.
A capacidade de intimidação no serviço público, onde muitos funcionários acham que “terão de conviver com a situação pela dificuldade de demitir alguém”, é maior. “Usam de tudo para intimidar. E muitas pessoas sofrem caladas com medo de represálias, porque os assediadores geralmente usam mostrar poder”, explica.
Norma, que deve se aposentar daqui a oito anos, volta a fazer perícia médica no final de agosto mas conta que não quer voltar a trabalhar no Ministério da Saúde. Ela pretende conseguir mudar de setor público para trabalhar. “Eu só quero trabalhar na minha área”, conclui.
Confira as táticas dos assediadores:
• Escolher a vítima e isolar do grupo;
• Impedir de se expressar e não explicar a razão;
• Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares;
• Responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar;
• Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho;
• Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da familia e dos amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o alcóol;
• Livrar-se da vítima que for forçada a pedir demissão ou demitida, frequentemente, por insubordinação;
• Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.
• A duração e repetitividade da exposição dos trabalhadores a situações de humilhação.
Verifique abaixo como identificar se você é vítima do Assédio Moral:
Fonte: Vídeo sobre assédio moral apresentado em um trabalho acadêmico realizado na disciplina de Psicologia Organizacional, na UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul.
Onde denunciar em Mato Grosso do Sul?
O Ministério Público do Trabalho mantém uma seção de denúncias, inclusive anônimas, no site www.prt24.mpt.gov.br. Outras formas são pelo telefone 0800-647-5566, por carta ou ainda pessoalmente. Confira os endereços:
- Sede da PRT-24 em Campo Grande – Rua Pimenta Bueno, 139 – (67) 3358-3000
- MPT em Dourados – Rua Ponta Porã, 2045 – (67) 3422-0592
- MPT em Três Lagoas – Rua Paranaíba, 128 – (67) 3522-8696
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